Obra Social São João Bosco também “Faz Bonito” no 18 de Maio

“Violência, NÃO. Violência, NÃO. Criança que é criança tem direito à educação!”

Este foi o grito, de centenas de crianças e adolescentes, que ressoou pelas ruas do centro de Campinas-SP, na manhã da quarta-feira, dia 18 de maio.

A campanha Faça Bonito é um movimento nacional que tem como intuito subsidiar as organizações municipais no combate ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Assim, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Campinas promoveu a Décima Edição do “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, instituído pela Lei Federal 9.970/00.

A Comissão Organizadora do evento, coordenada por Lislene Cunha (da equipe do VDCCA), convidou diversas Instituições atuantes na cidade, dentre elas, a Obra Social São João Bosco, que esteve presente com cerca de 100 educandos de seus diferentes núcleos a fim de compor esta mobilização de enfrentamento e, também, ampliar a importante repercussão da discussão sobre o tema em pauta.

A Estação Cultura foi o ponto de encontro dos participantes. Logo após a chegada de todos, partiram em cortejo pela Rua 13 de Maio, até a Praça Rui Barbosa. Repleta de tendas que promoveram atividades culturais como pintura e aprendizado, houve a abertura oficial com a participação de Jane Valente, Secretária de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, Maria José Geremias, Vice Presidente do CMDCA e Lislene Cunha, Coordenadora da Comissão de Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes. Após as respectivas considerações feitas por cada uma, o palco central foi o local escolhido para as apresentações das entidades envolvidas. Houve dança, capoeira, coral…

Maria José (Zezé, como é conhecida), frisou a importância do ato: “Há quase 14 anos o CMDCA é articulador deste evento que, na verdade, é o fechamento das muitas ações paralelas feitas nos próprios territórios de atuação das entidades. A Comissão tem a missão de assegurar que as Políticas Públicas estejam acontecendo. Assim como discutimos sobre a falta de vagas nas escolas, nas creches, infelizmente, ainda temos que discutir sobre o enfrentamento à exploração sexual. Então, a presença de todos aqui faz com que a sociedade e todo o poder público preste atenção, não só para falar sobre o assunto, mas, principalmente para proteger as nossas crianças!”.

E foram elas as protagonistas do dia! Os alunos do Centro de Educação Infantil Dombosquinho, por exemplo, mesmo com a pouca altura, se tornaram gigantes em meio à multidão! O olhar curioso e o sorriso inocente fez com que a população se recordasse o quão frágil é uma criança inserida no “mundo dos adultos”, e o quanto a infância é a fase primordial para que os direitos como pessoa sejam integralmente preservados!

“O silêncio ainda continua sendo o nosso maior inimigo”, diz Lislene. “Precisamos criar uma cultura de notificar as violências, para elas deixarem de ficarem no silêncio. Hoje, os dados estatísticos são falhos, pois temos dificuldade de fazer um mapeamento dos casos. A população, e até os profissionais da área, tem medo de se exporem, medo do que pode gerar uma denúncia como essa. Mas o que a gente deveria ter mais medo é de que as crianças continuem sendo violentadas”, completa a Coordenadora do VDCCA.

Com cerca de 25 instituições e uma mobilização de 500 pessoas (diretamente) e 20 mil indiretamente, o evento, que tem como intuito romper o silêncio social diante deste assunto, durou o dia todo. A OSSJB esteve presente na parte da manhã. O período da tarde, por conta do imprevisto da chuva e a inviabilidade de estar novamente na praça com outros educandos, foi adaptado com reflexões feitas no Núcleo São João Batista através de vídeos, conversas e atividades sobre a data.

Texto e fotos: Gabriela Haeitmann

SOBRE O 18 DE MAIO:

*A história da Campanha:
Em 1973 um crime bárbaro chocou o Brasil. Seu desfecho escandaloso seria um símbolo de toda a violência que se comete contra as crianças.

Com apenas oito anos de idade, Araceli Cabrera Sanches foi sequestrada em 18 de maio de 1973. Ela foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. O caso foi tomando espaço na mídia. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória (ES), poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte ainda causa indignação e revolta.

*Mobilização para a Data:
O dia 18 de maio foi instituído em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. O evento foi organizado pelo Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes (CEDECA/BA), representante oficial do Ecpat, organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia. O encontro reuniu entidades de todo o país. Foi nessa oportunidade que surgiu a ideia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.

*Símbolo:
A campanha tem como símbolo uma flor, como uma lembrança dos desenhos da primeira infância, além de associar a fragilidade de uma flor com a de uma criança. O desenho também tem como objetivo proporcionar maior proximidade e identificação junto à sociedade, proximidade e identificação com a causa.

*Chamada:
O slogan Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescente quer chamar a sociedade para assumir a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes no Brasil.

Fonte: http://facabonitocampanha.blogspot.com.br/

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