Outubro é considerado o Mês das Missões. Sua ênfase se dá desde o dia primeiro em que a Igreja celebra a memória litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus – padroeira das missões e doutora da Igreja – e segue até o terceiro domingo do mês com o Dia Mundial das Missões.
Em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, com o título “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”, o Papa Francisco, entre outras coisas fala sobre o reencontro com nossa fé em Jesus Cristo recebida pelo sacramento do Batismo: “O ato, pelo qual somos feitos filhos de Deus, sempre é eclesial, nunca individual: da comunhão com Deus, Pai e Filho e Espírito Santo, nasce uma vida nova partilhada com muitos outros irmãos e irmãs. E esta vida divina não é um produto para vender – não fazemos proselitismo –, mas uma riqueza para dar, comunicar, anunciar: eis o sentido da missão”.
Sermos homens e mulheres de Deus, que anunciam Deus, que vivem Deus, que refletem Deus em suas ações, em seus exemplos de vida, abertos a ir ao encontro do outro, dentro e fora dos muros da igreja. “Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós, cheios de Espírito Santo para a reconciliação do mundo (cf. Jo 20, 19-23; Mt 28, 16-20)”.
Não se trata de um envio apenas aos apóstolos consagrados, a padres, freiras, irmãos, mas a todo cristão, que é enviado para ser um missionário onde estiver, seja nas missões ad gentes, quando os missionários são enviados a outros povos, sejam nas missões populares, seja no trabalho nas diversas pastorais das paróquias e congregações, seja durante o trabalho, no lazer, na vida escolar ou acadêmica.
Pode parecer difícil ser um missionário diante frente a um mundo de tantos males. Pode parecer que não somos capazes, mas se mantivermos a fé e não meramente uma fé individual, não a fé do “livrai-me de todo o mal” como se vê nos adesivos de carros, mas “livrai-nos de todo o mal” como realmente diz o Pai Nosso, é possível.
Em seu texto na Estreia, o Reitor-Mor dos Salesianos e décimo sucessor de Dom Bosco, Pe. Ángel Fernández Artime, faz a provocação e o chamado: “A santidade é também para você”. Ser missionário é, na essência, ser cristão e, ser cristão é perseguir a santidade. Não uma santidade com o peso de se policiar para não cometer o pecado, mas uma santidade leve com a alegria de ser e fazer o bem e com ele difundir o amor de Deus.
Sejamos missionários não somente em outubro, mas todos os dias, em um exercício contínuo que, com o tempo, se torna natural. E quando se tornar natural poderemos dizer que estamos atendendo ao que a Igreja nos pede: um estado permanente de missão.
Anderson Bueno – Delegado Inspetorial para a Comunicação Social