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26/04/2016“Diante de novos desdobramentos há sempre quem tenta diminuir o magistério da Igreja. Foi assim com o Concílio Vaticano II, quando se disse que, sendo um evento de natureza pastoral, não obrigava os fiéis a aceitar seus pronunciamentos. É o que se faz também hoje com o Papa Francisco, quando seu ensinamento resulta indigesto devido a seu estilo evangélico, como no caso da Amoris Laetitia”.
São palavras do professor ordinário de teologia fundamental na Pontifícia Universidade Lateranense, Pe. Giuseppe Lorizio, no debate sobre o valor magisterial da Exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia do Papa Francisco, publicada em 8 de abril.
Pastoral inclui o doutrinal
“Deve-se, todavia, dizer e reiterar – explica o teólogo – que se um documento ou um Concílio tem natureza ‘pastoral’ não é verdade que tenha menos valor do que textos ou pronunciamentos doutrinais.”
“Efetivamente, o pastoral inclui também a doutrina. Se a Igreja sentiu a necessidade de interrogar-se em dois Sínodos e de expressar o resultado deste trabalho num documento assinado pelo Papa, é também porque quer afirmar algo de diferente em relação a antes”, observa Pe. Lorizio.
Passos avante na pastoral
“A Amoris Laetitia tem exatamente o mesmo valor da Familiaris Consortio de São João Paulo II, publicada em 1981, que era também ela uma Exortação apostólica”, acrescenta Pe. Lorizio.
Do ponto de vista doutrinal, o texto de Francisco não faz outra coisa senão repropor a ideia do matrimônio que a Revelação nos propõe. Ao invés, do ponto de vista pastoral, dá passos avante. Mas o fato de a palavra exortação ser acompanhada do termo ‘apostólica’ nos faz entender que são documentos do magistério ordenado do bispo de Roma e do Sínodo e, por conseguinte, os fiéis, em boa fé, não podem deixar de acolhê-los e buscar colocá-los em prática”.
Não há novos dogmas
“O magistério infalível do Papa requer um pronunciamento ‘ex-cathedra’ de tipo dogmático e, certamente, este não é o caso. Mas, por outro lado, a Amoris Laetitia deve ser acolhida com o espírito de confiança que deve caracterizar todo e qualquer fiel em relação aos pastores da Igreja”, pondera o especialista em teologia fundamental.
Por Rádio Vaticano