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27/10/2016A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contará com uma Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano. Após apresentação de proposta pelo Grupo de Trabalho (GT) que, desde 2012, atua na questão, o Conselho Permanente aprovou a continuidade do trabalho de promoção de conscientização, denúncia e incidência política diante de crimes que violem a dignidade humana.
Entre outras atribuições, a Comissão será responsável por definir um plano de ação da CNBB para fortalecer o enfrentamento ao tráfico humano, promovendo a articulação e o diálogo permanente entre as distintas iniciativas existentes no seio da Igreja no Brasil e em parceria com outros segmentos sociais. Também irá mapear as iniciativas pastorais e eclesiais relacionadas a essa temática e manter sua atualização. A nova estrutura será ainda incumbida de elaborar e implementar, de forma participativa, uma estratégia para ampliar a visibilidade do Tráfico Humano na Igreja e na Sociedade.
A articulação e o apoio a processos formativos nos regionais da CNBB, para multiplicar a capacidade de levar adiante o Enfrentamento ao Tráfico Humano é outra atribuição da nova Comissão, que vai definir estratégias de incidência nas políticas públicas, na sociedade, e na Igreja para provocar mudanças nas estruturas e práticas que alimentam a existência do tráfico humano.
Diante dos desafios de ampliar a visibilidade da problemática do Tráfico Humano na Igreja e na sociedade, além da necessidade de capacitar agentes de pastorais e lideranças sociais para o enfrentamento, incidir ações nos espaços públicos e identificar informações e dados a respeito da temática, o GT alcançou resultados expressivos em sua caminhada.
A Campanha da Fraternidade 2014, cujo tema foi “Fraternidade e Tráfico Humano”, reflete um dos principais resultados do trabalho do grupo. Na ocasião, foram intensificados os esforços na realização da CF, o que inseriu a temática em várias iniciativas da Igreja e ambientes de debate da sociedade. O GT também conseguiu incidência da questão nas políticas públicas, através de ações das organizações-membro, consolidando uma articulação em rede.
Na proposta apresentada aos bispos do Conselho Permanente, o GT recorda o papa Francisco, que disse recentemente, no Vaticano, que “a Igreja é chamada a empenhar-se para ser fiel às pessoas, ainda mais se consideradas as situações onde se tocam as chagas e os sofrimentos mais dramáticos”.
A estrutura da Comissão Especial ainda será definida, mas a proposta básica de composição é que tenha bispos; um assessor com experiência comprovada no tema do enfrentamento ao tráfico humano, com habilidades para o desenvolvimento de comunicação com organismos nacionais e internacionais, especialmente no desenvolvimento de ações de incidência; e colaboradores voluntários, que serão os representantes das organizações-membros do GT anterior.
A renovação e continuidade das atividades do GT estão em debate desde junho, na CNBB, quando o Conselho Permanente reunido na ocasião aprovou a continuidade dos trabalhos. No início deste mês, foi elaborada a proposta de atuação aprovada pelo Conselho.
Por CNBB