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19/05/2017Na quarta-feira, 17 de maio, em Brasília (DF), foi realizado o encontro entre representantes de agências de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e a Solidariedade (CIDSE) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Bispos e assessores da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz; da Comissão Episcopal para Amazônia; da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM); do Conselho Indigenista Missionário (CIMI); da Pastoral da Terra (CPT) e os representantes da CIDSE/Grupo Brasil buscaram fortalecer o diálogo em torno a uma agenda comum de trabalho nos temas relacionados à Amazônia, sua biodiversidade, seus povos e sobre a pauta pertinente às mudanças climáticas. Também refletiram sobre os desafios da CNBB na atual conjuntura política do Brasil e o contexto de cada agência e de seus respectivos países.
Segundo o Secretário-Geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, o encontro favoreceu maior comunhão na cooperação entre CIDSE e CNBB: “São entidades ligadas à Igreja Católica das Conferências Episcopais da Europa e vivem de subsídios que recebem das comunidades católicas em seus países, e esses subsídios são enviados como solidariedade, caridade e justiça às comunidades da América Latina. Esse encontro com o Brasil foi muito importante para nos sintonizarmos melhor e também vermos aonde existe maior urgência da ação e do apoio dessas entidades que estão congregadas na CIDSE. Somos muito agradecidos pelo apoio que recebemos e pelo encontro que foi muito frutuoso”, ressaltou dom Leonardo.
Cecilia Iorio, representante da Catholic Agency For Overseas Development (CAFOD), uma Agência Católica para o Desenvolvimento no Exterior, da Inglaterra, contou o que significou o encontro: “Saio muito feliz! A gente juntou tantas realidades distintas, tantas pressões distintas em cada agência e aqui da Conferência Episcopal do Brasil, mas o clima de colaboração, de entendimento, de fraternidade e de solidariedade prevaleceu. Não estamos sozinhos no enfrentamento da realidade que nos foi mostrada. E o não andar sozinhos é muito importante. Foi um encontro participativo, aberto, honesto”, descreveu.
Iorio ressalta, ainda, que o encontro finalizou com indicações de passos de se estar juntos na diversidade e de reforçar a importância de comunicação entre CIDESE e CNBB, mas em especial com as comunidades dos países envolvidos. “Também foi uma oportunidade de ficarmos informados da atual crise no Brasil e o impacto dela nas comunidades e na vulnerabilização dos seus direitos”, completou.
As linhas indicativas que resultaram do encontro foram: a atenção especial com os povos originários e comunidades tradicionais (quilombolas, ribeirinhos), no que tange à juventude e direitos humanos. Maior foco e incidência política nos temas ambientais, questões socioambientais e na denúncia de diversas empresas do Norte do mundo que envenenam e destroem o Sul. Outra linha recomenda a ser acompanhar é o novo código de mineração e temáticas relacionadas a Amazônia. Por fim, as entidades se propuseram a fortalecer a comunicação entre CIDSE e CNBB e com as comunidades dos países envolvidos.
Segundo dom Mario Antônio da Silva, bispo de Roraima e representante da REPAM Brasil, no encontro, as partilhas foram permeadas à luz de uma ecologia integral que começa com o reconhecimento de que a humanidade enfrenta uma crise existencial em múltiplas frentes, a começar pela disparidade econômica, o aumento da competição por recursos naturais incluindo a terra e a água, as migrações forçadas, como por exemplo dos venezuelanos ao Brasil em busca de alimento. Entretanto, dom Mario conclui que o encontro foi permeado pela esperança: “Os desafios nos movem, nos tornam uma Igreja em saída para buscar e oferecer respostas”.
Por Irmã Osnilda Lima, Coordenadora de Comunicação Repam, via CNBB