Espaço Valdocco 54 – O Oratório em mudança de local com muita dificuldade
06/11/2015Espaço Valdocco 56 – O Marquês Cavour e suas ameaças
08/11/2015Era dezembro de 1845. A saúde de Dom Bosco decai muito. É capelão do Pequeno Hospital, onde estão abrigadas meninas doentes dos 3 aos 12 anos. Está empenhado no atendimento aos cárceres, nos institutos educacionais da cidade. Trabalha em seu oratório, dá aulas noturnas e corre a visitar garotos em seus respectivos locais de trabalho.
O inverno de Turim chega forte e longo. Os pulmões de Dom Bosco demonstram preocupante fragilidade. Percebe-o o teólogo Borel e chama a atenção da marquesa Barolo. Esta última dá a Dom Bosco cem liras para o oratório e ordena-lhe cessar toda ocupação até o completo restabelecimento. Dom Bosco obedece e pára todas as suas atividades, com exceção de seu Oratório.
A preocupação pela saúde, entretanto, é, agora, sem relevância, em comparação às nuvens negras que começam a ser formar sobre o Oratório.
Foi também por esse tempo que se espalharam notícias muito estranhas. Alguns qualificavam Dom Bosco de revolucionário, outros diziam-no louco ou herege. Os párocos de Turim assim comentavam: “o oratório afasta os meninos das paróquias, portanto o pároco vai ficar com a igreja vazia, e não poderá conhecer os meninos dos quais deverá prestar contas no tribunal de Deus. Que Dom Bosco, pois, mande os meninos às suas paróquias e deixe de reuni-los fora delas.”
Assim respondeu Dom Bosco: “Os jovens que eu reúno não diminuem a frequência às paróquias, porque a maior parte deles não conhece pároco nem paróquia. São quase todos de fora, largados pelos pais nesta cidade. Vieram à procura de trabalho e não puderam encontrar. Eles nem sabem de quais paróquias pertencem. Muitos deles já são adultos, beirando os 18 e os 20 anos de idade, e são completamente ignorantes em religião. Quem os convencerá a misturar-se, nas paróquias, com meninos de 8 ou 10 anos, muito mais instruídos que eles? Além disso muitos deles são levianos e mesmo travessos; eles vêm unicamente porque são atraídos pelos brinquedos e passeios que costumamos dar, e assim se decidem a frequentar também os catecismos e outras práticas de piedade. Por conseguinte, seria preciso que todas as paróquias tivessem também um lugar adequado onde reunir e entreter esses rapazes em agradável passatempo.”
Entre os párocos de Turim agitou-se a questão: promover os oratórios ou reprová-los? Por fim, veio a decisão: Os párocos da cidade de Turim, reunidos em suas habituais conferências, trataram da conveniência dos Oratórios. Pesados os prós e os contras, ante a impossibilidade de cada pároco montar um oratório em sua respectiva paróquia, encorajaram o padre Bosco a continuar, enquanto não se tomar decisão em contrário.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio