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24/10/2019
Deus, tende piedade de mim, porque pequei…
A maioria dos católicos honestos reconhecerá o que estou tentando dizer aqui. Tentamos fazer a coisa certa. Realmente não estamos tentando burlar o sistema. Mas estamos cansados de confessar os mesmos pecados. O que está acontecendo?
Nosso Senhor nos dá uma parábola que pode nos ajudar a entender o que estamos fazendo de certo e o que estamos fazendo de errado. Se entendermos essa parábola, podemos (com a graça de Deus, é claro) fazer um progresso muito significativo em nossa vida de discípulos de Jesus.
Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso, e não o encontrando, diz: ‘Voltarei para a casa de onde saí’.
Quando chega, encontra a casa varrida e em ordem.
Então vai e traz outros sete espíritos piores do que ele, e entrando passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro. (Lucas 11, 24-26)
Vamos esclarecer isso com uma ilustração simples. Você tem um jardim. Seu jardim tem ervas daninhas. O que acontece se você ignorar as ervas daninhas? As ervas daninhas matam tudo o que é bom no jardim – o fim. É uma história simples, não é? Então, você precisa fazer algo com as ervas daninhas.
Suponha que as ervas daninhas sejam dentes de leão. Você apara os topos amarelos brilhantes dos dentes-de-leão, mas não faz mais nada. O que acontece depois? Bem, em pouco tempo, o dente de leão brota outra parte superior amarela brilhante. É como se sua ação corretiva nunca tivesse ocorrido. O que você fez de errado?
Você cortou o topo dos dentes-de-leão, mas não fez nada com o talo emergindo do chão. E, mais importante, você não fez nada nas raízes, que dão vida ao caule e às flores. Então, realmente não deveria ser uma surpresa que o dente-de-leão ressurgisse repetidamente, certo?
Agora vamos aplicar essa imagem ao pecado e ao arrependimento. Os topos amarelos e brilhantes dos dentes-de-leão são as más ações de nossas vidas – atos de engano, mentira etc. O caule são os hábitos de comportamento que apoiam as ações pecaminosas, facilitando o crescimento delas. Se nos arrependermos das más ações – mas não fizermos mais nada -, seremos como o jardineiro tolo que apara o topo dos dentes-de-leão e, no entanto, fica surpreso que o dente-de-leão tenha florescido novamente.
Aplique esta observação à vida sacramental: é como se confessar fosse recitar erros com a intenção de eliminar seu registro, mas não permitindo que a graça de Deus toque qualquer outro aspecto de nossas vidas. O que achamos que vai acontecer a seguir?
Se dissermos: “Perdoai-me por ter feito isso!” e não fazer mais nada, então a má ação quase certamente será feita novamente. Se dissermos: “Perdoai-me, eu fiz isso e nunca mais vou fazer isso de novo!”. Então, com certeza, os erros ainda serão cometidos novamente. Mas por quê?
Imagine aparar a parte superior do dente-de-leão (ou seja, arrepender-se da falta) e depois aparar a haste subjacente até o chão. Isso equivale a dizer: “Perdoai-me, eu fiz isso e nunca mais vou fazer isso de novo!” Mas a má ação quase certamente voltará porque deixamos as raízes no mesmo lugar – os hábitos mal-formados da mente e do coração – que deram origem à erva daninha (má ação) em primeiro lugar.
Arrependimento real significa livrar-se do mal, do hábito de comportamento que apoia o mal e das distorções da alma que alimentaram o hábito. Em outras palavras, o arrependimento não é suficiente. O que é necessário é a conversão – uma reorientação da vida.
Arrancar toda a erva daninha, “raiz e brotos”, deixará um buraco, uma ferida. Se esse ferimento não for exposto à graça para a cura, é provável que ele seja infectado com vergonha tóxica e autopiedade, o que quase certamente levará a outra instalação de ervas daninhas. E até curar não será suficiente.
Lembre-se na parábola em que Jesus adverte contra deixar a casa desocupada. O ex-invasor retornará com companheiros para ocupar a casa. Esse espaço vazio, uma vez ocupado com o mau hábito/erva daninha, precisa ser preenchido com virtudes. Essa é a única maneira de impedir que essas ervas daninhas voltem a crescer.
A moral da história é a seguinte: Confissão e arrependimento não começam e terminam com a entrada no confessionário. Para cooperar plenamente com a graça de Deus, concordamos em trabalhar para mudar toda a nossa vida, nossas ações, nossos hábitos, nossos pensamentos, nossos corações. Qualquer coisa a menos é ilusória e pior. Vamos agir de acordo e ensinar nossos filhos também.
Via Aleteia