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05/05/2016Os líderes das comunidades católicas de Aleppo lançam um apelo aos bispos, sacerdotes e fieis de todo o mundo, pedindo que “ofereçam as Missas do próximo domingo, 8 de maio, pela paz na Síria, de modo especial por Aleppo”. Foi o que informou à Asianews o Padre franciscano Ibrahim Alsabagh, guardião e pároco da Paróquia latina de Aleppo, conhecida como a “capital do norte” da Síria, há dias palco de violentos combates. “Pedimos orações de todo o mundo – sublinha o sacerdote – porque a situação é dramática; tantos inocentes sofreram violências, é necessário compaixão e misericórdia”.
Terça-feira, um dos piores dias do conflito em Aleppo
“Na nossa região (os bairros cristãos estão a oeste de Aleppo, sob controle governamental) existe um silêncio sepulcral esta manhã, poucas pessoas na rua e não se ouve nenhum barulho”, conta Padre Ibrahim, “mas em outra áreas os combates continuam. Ontem vivemos o pior dia da semana, com pesados bombardeios”. Mísseis e foguetes foram lançados da zona controlada pelos rebeldes sobre o Hospital de Dabbi’t, atingindo o setor de obstetrícia e matando 17 crianças, além de adultos, homens e mulheres. Precedentemente haviam lançado mísseis sobre a universidade, em particular a universidade estatal, “obrigando milhares de estudantes a buscar refúgio nos abrigos subterrâneos. Assim a medida do Ministério da Educação de fechar por três dias todas as escolas da cidade”.
Vítimas sob os escombros
“Na rua que leva à Universidade – relata o sacerdote franciscano – um edifício foi destruído completamente e no momento não se conhece o número de mortos ou feridos. Isto sem falar nos bombardeios esporádicos ou intensos em outras áreas”. Entre as edificações atingidas, encontra-se a Mesquita de Aisha, no bairro de Zahraa que, precisa o pároco, “era considerada um refúgio para as famílias muçulmanas emigradas de outras zonas, em busca de abrigo”.
O apelo do Papa no Regina Coeli e a entrega dos bispos ao Coração Imaculado de Maria
A escalada dos combates e a inércia da comunidade internacional preocupam também o Papa Francisco, que no domingo 1º de maio, ao final do Regina Coeli, renovou o apelo pela paz na Síria. O Pontífice exortou “todas as partes envolvidas no conflito a respeitar o fim das hostilidades e a fortalecer o diálogo em andamento, único caminho que leva à paz”. Às palavras do Papa, segue a declaração dos bispos católicos de Aleppo, que em uma nota conjunta, denunciaram “a violência que a nossa amada cidade sofre”, confiando-a ao Coração Imaculado de Maria para que traga a paz.
O que acontece em Aleppo é um crime contra a comunidade
“O que estamos vivendo – sublinha o pároco em Aleppo – é um verdadeiro crime contra a humanidade: porque atingir as crianças, os recém-nascidos, as mulheres grávidas, os estudantes universitários? Chamamos isto vingança ou terrorismo. A bem da verdade, estes são atos terríveis. Pedimos compaixão e misericórdia para estas vítimas inocentes”.
Proximidade pelos que sofrem
Em Aleppo não existe um leste ou oeste, conclui o sacerdote, mas “todos devemos ser próximos daqueles que tem um motivo para sofrer, por quem sofreu violências…pelos recém-nascidos, pelos idosos, pelos desesperados. Como Igreja, somos próximos não somente aos cristãos, mas a qualquer um que tenha sua dignidade ferida por estas violências. E por isto renovo o apelo a todos vocês pela oração e vos agradeço pela solidariedade, proximidade e boa-vontade!”.
Por Rádio Vaticano