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15/06/2016O cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos, explicou ontem na sala de imprensa do Vaticano, a carta Iuvenescit Ecclesia realizada pela Congregação para a Doutrina da Fé e dirigida ao os bispos da Igreja Católica.
Observou que há um reconhecimento inequívoco da importância dos carismas na vida e na missão da Igreja, os quais dão origem a novas realidades eclesiais que devem trabalhar e interagir com a hierarquia.
Isto é, para além de qualquer oposição estéril ou independentismo trata-se de favorecer uma ordenada comunhão, relacionamento e sinergia, tendo em vista um plano missionário renovado.
E concluiu com a seguinte frase: “Se alguém ainda duvidava da importância da dimensão carismática na Igreja, convido-vos a refletir sobre o fato de que cinquenta anos depois do Concílio Vaticano II, o Espírito Santo e os cardeais elegeram um pastor supremo que do âmbito carismático da Igreja”.
ZENIT perguntou ao cardeal sobre esta frase, porque o Papa é jesuíta, mas algumas das novas realidades parecem ser menos integradas na estrutura eclesial. O cardeal explicou como precisamente no atual Pontífice se harmonizam bem as duas realidades, as quais não se opõem, mas se harmonizam.
“O exemplo é o Papa Francisco, que é carismático e hierárquico”, disse. E acrescentou que “a Companhia de Jesus é, fundamentalmente, um carisma, carisma missionário que é exercido por padres, mas também por irmãos e leigos”. “Porque a parte carismática, como já salientei, é a que surge da profissão e dos conselhos evangélicos, ou seja, da ‘sequela christi’ (do seguir a Cristo). Esta é fundamentalmente a dimensão carismática mas que tomou também famílias, movimentos e associações”.
“Então, aqui há uma síntese feliz dessa força do carisma, dessa capacidade de discernir o espírito com um carisma experimentado por muito tempo na vida, e de estar em posição hierárquica para exercitar aplicando também a sabedoria herdada pela sua formação”.
Após a conferência, ZENIT perguntou-lhe por que a carta é dirigida aos bispos e não também aos movimentos ou novas realidades, ao que explicou o purpurado:
“Isto é reconhecer o papel dos bispos na Igreja, pois como eles são os chefes das igrejas locais têm de cuidar bem de todos os dons que existem: o serviço dos sacerdotes, dos movimentos, das congregações religiosas, de tudo isso”.
Observou ainda que “o bispo tem o ministério da unidade e deve estar atento aos dons do Espírito, dons que ele não tem que apagar, mas reconhecer, estimular e integrar na missão da Igreja”.
“Por isso, ao falar de dons hierárquicos e dons carismáticos como uma coexistência – continuou o prelado – não significa nivelar, ou seja, que os religiosos têm a mesma autoridade que o bispo”. Porque “eles têm o seu carisma que deve ser colocado à disposição na Igreja local, da qual o bispo tem a primeira responsabilidade”.
Por Zenit