Papa nomeia dom Francisco Cota como novo bispo para diocese de Sete Lagoas (MG)
10/06/2020Telefonema do Papa ao arcebispo de Aparecida Dom Orlando Brandes
11/06/2020
Nosso coração pode ser dividido entre grandes desejos de bem e inclinações para o mal. Assim, o pecado tem sua origem ali e leva a divisão às próprias profundezas do ser humano.
O grito da pessoa orante consistirá então em implorar a Deus por um coração que seja UM (Sl 86) como o próprio Deus é UM.
Um coração unificado em seus desejos, pensamentos e ações. Um coração voltado para o único Senhor.
Para unificar nosso coração, devemos evitar nos deixar invadir por falsos pensamentos ou às vezes ideias atormentadoras. Isso é chamado de “guerra espiritual”.
Graças à “guarda dos olhos” e à “guarda dos ouvidos”, vigiamos constantemente o que olhamos e ouvimos a fim de permanecer unidos ao Senhor em cada momento da nossa vida.
Na oração da manhã, o judeu prende em seu braço esquerdo – no lado do coração – e na fronte (o espírito) pequenas caixas chamadas tefillins ou filactérios. Estas caixas contêm a palavra de Deus.
Esse gesto é acompanhado por uma oração: “Que os desejos de nossos pensamentos e corações sejam escravizados ao Seu serviço”.
Esta “escravidão” a Deus torna-se a única maneira de nos libertarmos da escravidão do pecado. Permite-nos empreender o verdadeiro Êxodo – a saída do “eu” – para caminhar em direção à terra da liberdade que está em Deus.
O coração de Jesus nos leva a um “amor demente”
Cristo vive em plenitude esta liberdade do filho de Deus: Ele não tem outra vontade senão a do Pai; não tem outro desejo senão o de amá-lo e fazer o que Ele ordena.
Entendemos então porque toda a história do universo converge para o coração de Cristo. Lá descobrimos o amor sem limites que O consumiu por Seu Pai celestial e que O inflamou de zelo por todos e cada um de nós.
Sob o símbolo do coração humano de Jesus é revelado o infinito do amor divino. O coração de Jesus nos leva também a um “amor louco”, disse Santa Teresa de Ávila.
São João situa o Pentecostes no momento em que o coração de Cristo rebenta sob o golpe da lança. É ali, nesse preciso momento, que o Espírito Santo é dado ao mundo.
O Espírito Santo é “transferido” para nós a fim de criar em nós um “coração novo”, um coração filial à semelhança do Filho Único de Deus.
O coração de Jesus palpita em seu corpo eucarístico. A hóstia é agora o trono da misericórdia divina e o lugar do Pentecostes perpétuo.
A Eucaristia é uma “escola de liberdade” que nos ensina a linguagem do coração: a linguagem do “dom”. O Dom que brota do coração de Deus: o Espírito Santo; o dom de si mesmo, a verdadeira alegria do coração humano.
Por Padre Nicolas Buttet, via Aleteia