Cáritas de SP promove terceira edição da Copa de Integração dos Refugiados
22/06/2016“Venho como servo do Evangelho e mensageiro de paz”
23/06/2016“Cada vez que leio as obras de Joseph Ratzinger – Bento XVI, fica sempre mais claro que ele fez e faz “teologia de joelhos”. Na próxima terça-feira, 28 de junho, na Sala Clementina do Palácio Apostólico, serão celebrados solenemente os 65 anos de sacerdócio de Joseph Ratzinger, com a presença do Papa Francisco. E o Papa emérito receberá um presente especial: o primeiro livro de um projeto sobre temas fundamentais de seu pensamento, com o Prefácio escrito pelo Papa Bergoglio.
O livro dedicado ao “Sacerdócio” e publicado em seis línguas – alemão, francês, polonês, espanhol, inglês e italiano – é uma coletânea de escritos e pregações de Ratzinger aos sacerdotes.
Francisco usa uma expressão de Hans Urs von Balthasar – “Teologia de joelhos” – para elogiar o testemunho exemplar do predecessor: “Antes mesmo de ser um grandíssimo teólogo e mestre da fé, vê-se que é um homem que realmente acredita, que realmente reza; vê-se que é um homem que personifica a santidade, um homem de paz, um homem de Deus”.
Em 24 de fevereiro de 2013, em seu último Angelus, Bento XVI explicou em uma frase memorável aquilo que faria após a “renúncia” ao pontificado: “O Senhor me chama para “subir a montanha”, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja…”
Precisamente a esta imagem da oração de intercessão que Francisco se refere quando escreve que “talvez seja precisamente hoje, como Papa emérito”, que Bento XVI “nos conceda em modo mais evidente uma entre as suas maiores lições de “teologia de joelhos”. Renunciando “ao exercício ativo do ministério petrino”, Bento XVI decidiu “dedicar-se totalmente ao serviço da oração”. E do Mosteiro Mater Ecclesiae – completa Francisco – mostra o essencial aos sacerdotes: não o ativismo do “fazer” mas “rezar pelos outros, sem interrupção, alma e corpo”.
Bento XVI está “constantemente mergulhado em Deus” – observa Bergoglio – e mostra o que é a verdadeira oração, o “fator decisivo” do qual a Igreja e o mundo têm necessidade “como e mais do que o pão” nesta “mudança de época”. Rezar significa “confiar a Igreja a Deus” sabendo que “não é nossa, mas Sua”; confiar a Deus o mundo e a humanidade.
Ratzinger incarna o “profundo enraizamento em Deus sem o qual “toda a capacidade organizativa e toda a presumível superioridade intelectual, todo o dinheiro e o poder resultam inúteis” e os sacerdotes se reduzem a “assalariados”, os bispos a “burocratas” e a Igreja a uma “ONG” supérflua.
O projeto, idealizado e curado pelo Professor Pierluca Azzaro e pelo Padre Carlos Granados, prevê outros seis livros sobre ciência e fé, Europa, “minorias criativas”, política e fé, Universidade e Eucaristia.
Os escritos de Ratzinger foram selecionados pensando ao grande público, mas com um olhar científico. A introdução ao primeiro volume é do Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e curador da opera omnia de Bento XVI publicado pela Livraria Editora Vaticana.
Por Rádio Vaticano