Papa ao El País: há tanta santidade na Igreja, é a revolução do Evangelho
24/01/2017Viver na era da pós-verdade
24/01/2017Continuar a combater o fenômeno mafioso, expressão de uma cultura de morte, oposta radicalmente à fé e ao Evangelho de Cristo. Esse foi em síntese o convite feito pelo Papa Francisco a 40 representantes da direção nacional italiana contra a máfia e o terrorismo recebidos em audiência nesta segunda-feira, 23, no Vaticano. O discurso do Papa teve como foco corrupção e violência.
“A sociedade precisa ser curada da corrupção, da extorsão, do tráfico ilícito de entorpecentes e de armas, do tráfico de seres humanos, entre os quais tantas crianças, reduzidas à escravidão. São autênticas chagas sociais e, ao mesmo tempo, desafios globais que a coletividade internacional é chamada a enfrentar com determinação”, disse.
Francisco encorajou os profissionais do grupo a dedicar esforços no combate ao tráfico de pessoas e contrabando de migrantes, um “crime gravíssimo que atinge os mais frágeis entre os frágeis”.A esse respeito, Francisco destacou a necessidade de incrementar as atividades de proteção às vítimas, providenciando assistência jurídica e social. “Quantos fogem do próprio país por causa da guerra, da violência, das perseguições têm o direito de encontrar acolhimento adequado e idôneo nos países que se definem civis”.
Falando da máfia, o Papa disse que a considera uma expressão de uma cultura de morte, que deve ser hostilizada e combatida sobretudo através da prevenção. Neste contexto, famílias, escolas, comunidades cristãs e realidades esportivas e culturais são chamadas a favorecer uma consciência de moralidade e de legalidade. “Trata-se de partir das consciências para recuperar os propósitos, as escolhas, as atitudes dos cidadãos de modo que o tecido social se abra à esperança de um mundo melhor.”
A máfia – prosseguiu – “se opõe radicalmente à fé e ao Evangelho, que são sempre a favor da vida”. Francisco enalteceu o trabalho de inúmeras paróquias e associações católicas que combatem o fenômeno mafioso através da promoção individual, cultural e social – um modo de a Igreja manifestar a sua proximidade a quem vive situações dramáticas e necessitam de ajuda para sair da espiral de violência.
Por fim, o Papa encorajou quem se esforça para combater a máfia e o terrorismo – um trabalho que comporta arriscar a própria vida e que requer um suplemento de “paixão, de sentido de dever e força de ânimo” – e pediu a Deus que toque o coração dos mafiosos, “para que parem de fazer o mal, se convertam e mudem de vida”. “O dinheiro dos negócios sujos e dos delitos mafiosos é dinheiro ensanguentado e produz um poder iníquo. Todos sabemos que o diabo entra a partir do bolso: esta é a primeira corrupção”.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano