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É bom ou ruim ser teimoso? Uma resposta honesta poderia muito bem ser: “Depende”.
Se você é uma pessoa honesta, ser teimoso pode ser visto como louvável.
Se você é um pai exausto que tenta “raciocinar” com uma criança que teima em gritar antes de dormir, a teimosia pode ser vista como a desgraça da sua existência.
Mas e se você é um católico fiel tentando não perder a cabeça ou a alma em uma cultura que não é apenas cada vez mais anti-católica, mas também anti-moral e até anti-racional? Então a teimosia pode ser realmente indispensável.
E o que essas reflexões sobre teimosia têm a ver com a época do Advento?
Considere isso: muitos amigos em todo o país estão ansiosos pelo dia de Natal, porque, como eles dizem (em resumo): “Pelo menos um dia, posso esquecer tudo.” São pessoas boas, cansadas, preocupadas. A devoção à família, a carreira, o ministério ou simplesmente o pagamento das contas de um dia para o outro as desgastaram. É compreensível, então, se essas pessoas admiráveis e cansadas estão ansiosas por apenas um dia para esquecer a vida por um tempo.
Para todas as pessoas boas por aí que estão cansadas e prestes a desmoronar, digo (enquanto olho no espelho): “É hora de teimoso!” É hora de entender com mais firmeza e insistir nessas verdades:
1 – Deus é santo e bom e não pode falhar;
2 – Deus é justo e misericordioso;
3 – Deus nos chama para Si;
4 – Por sermos pecadores, não podemos ver a face de Deus e viver;
5 – A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho unigênito, tornou-se filho da Virgem Maria;
6 – Essa encarnação do Cristo de Deus deu à carne humana uma dignidade inimaginável, e à vida humana uma esperança ilimitada de perfeição e amor infinito;
7 – Jesus Cristo ofereceu sua vida na cruz para derrotar o pecado e a morte;
8 – Seu sacrifício foi vindicado pelo Pai Divino através da ressurreição;
9 – O Cristo ressuscitado fundou uma Igreja, dotando-a de revelação e sacramentos para fazer discípulos de todas as nações;
10 – As provações que enfrentamos, como indivíduos, como grandes e pequenas comunidades e como Igreja, podem purificar-nos e preparar-nos para o Céu, nosso único verdadeiro lar.
Temos que gritar essas verdades em nossos corações – especialmente quando estamos com dor ou somos tentados. Devemos ensinar essas verdades a nossos filhos. Devemos usar essas verdades para fundamentar nossas famílias e todas as nossas instituições. Devemos fazer todos os esforços para conquistar os outros para essas verdades. E devemos, portanto, ordenar nossas vidas para garantir que essas verdades sejam transmitidas – intactas – para a próxima geração.
É uma tarefa difícil, não é? Mesmo em um bom dia, é uma tarefa difícil! E quem tem tido muitos dias bons ultimamente? Ninguém que eu conheço. No entanto, essas são as verdades às quais estamos vinculados, as quais nos libertam das mentiras, ilusões, vícios e seduções deste mundo que passa. A graça de Deus – que está sempre disponível para aqueles que a pedem – pode permitir-nos ser bons portadores dessas verdades. Quer prova?
Aqui está apenas um santo que pode servir de modelo para a santa teimosia: Santa Joana d’Arc. Sobre ela, o velho cético Mark Twain escreveu:
Ela foi sincera quando mentir era o discurso comum dos homens; ela foi honesta quando a honestidade se tornou uma virtude perdida; ela foi uma guardiã de promessas quando isso estava fora de moda;(…) ela teve com pena quando uma crueldade impiedosa era a regra; ela foi firme quando a firmeza era desconhecida, e foi honrada em uma época que havia esquecido o que era a honra; ela foi uma rocha de convicções em uma época em que os homens não acreditavam em nada e zombavam de todas as coisas; ela foi infalivelmente verdadeira em uma época que era totalmente falsa;(…) ela foi de uma coragem sem medo quando a esperança e a coragem pereceram nos corações de sua nação.
Precisamos de mais pessoas assim hoje em dia. Ousamos pedir a graça da santa teimosia, como exemplificado por Santa Joana? Temos a vontade de usar a época do Advento como o tempo para renovar nosso domínio das promessas de Deus? Pelo menos desejamos substituir o desejo de “fugir” pelo desejo de aprofundar a verdade de Cristo?
Via Aleteia