Papa ao mundo do trabalho: “Perder para que todos ganhem”
18/02/2016Converter aquilo que nos está degradando como humanidade
18/02/2016Na reunião convocada pelo Presidente do Conselho Econômico e Social, da ONU, a Missão do Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas teve uma intervenção na terça-feira, 16 de fevereiro, ocasião em que foi avaliado o mais recente e mais envolvente problema social e sanitário: o vírus Zika.
O observador do Vaticano foi objetivo falou claro em sua intervenção: não aceita desculpas para “acabar com a vida de uma criança”.
Na ocasião, a delegação da Santa Sé manifestou sua solidariedade para com os governos da América Latina e toda a comunidade internacional na luta contra a emergência de saúde pública internacional provocada pelo vírus Zika.
Insistiu também para que sejam feitos todos os esforços para ajudar a região a deter a propagação do vírus e incentivou medidas que auxiliem o cuidado para com as pessoas afetadas, especialmente os pobres e vulneráveis, os idosos, as crianças e os deficientes.
Afirmou o representante do Vaticano: “Gostaríamos de chamar a atenção para o cuidado para com os pobres e vulneráveis, especialmente os idosos, as crianças e os deficientes que podem ter maior risco de contrair o vírus e menos probabilidades de ter acesso imediato a prevenção, informação e tratamento médico. Eles necessitam de nossa máxima atenção e não devemos deixá-los de lado”.
Zika vírus e microcefalia
As mulheres grávidas infectadas podem transmitir a doença aos seus bebês?
Essa pergunta gerou uma polêmica entre cientistas. Por isso, a Santa Sé mostrou que ainda não existem trabalhos científicos concludentes que conectem o vírus Zika com a microcefalia e a síndrome de Guillain-gradeei (transtorno que faz com que o sistema imunológico danifique o sistema nervoso) afirmando, então, por essa razão que a vigilância com relação à doença, ao em vez do pânico, deve guiar o caminho a seguir.
A promoção da abstinência, sublinhou o Vaticano, deve ser parte da resposta eficaz à possibilidade de transmissão do vírus da mãe infectada.
A Santa Sé manifestou também sua profunda preocupação pelo apelo de alguns funcionários do governo, assim como o Escritório das Nações Unidas do Alto Comissionado para os Direitos Humanos, para a liberalização das leis de aborto e o acesso aos remédios abortivos em toda a região: “Acabar com a vida de uma criança não é uma decisão preventiva”, denunciou o Vaticano.
“No contexto deste vírus, as mães grávidas e seus bebês estão entre os mais vulneráveis”, disse o Observador Permanente durante a reunião na ONU.
Por isso mesmo, “a suposta relação entre o Zika e a malformação dos bebês é uma grave preocupação e esta merece uma ação retificada da comunidade internacional”.
“É necessária uma melhor investigação a fim de determinar uma ligação entre o vírus, a microcefalia e a síndrome de Guillain-gradeei” embora “saibamos pela investigação e a informação atual que, felizmente, nem todas as mulheres grávidas que contraem o vírus correm o risco de que seus filhos nasçam com malformação”.
“Dadas as consequências potenciais na gravidez e na propagação da doença, é evidente que parte de uma resposta eficaz deve implicar a promoção da abstinência”, disse o Vaticano.
A Santa Sé recordou ainda que, “até a data, a transmissão do vírus foi comprovada principalmente através das picadas de mosquitos e poucas vezes de mãe para filho”.
Deste modo, o Vaticano defendeu que um diagnóstico de microcefalia, ou o medo a tal diagnóstico, não devem justificar uma sentença de morte, mas devemos solicitar a proteção e o cuidado de outros, de acordo com sua dignidade e a obrigação de “proteger toda a vida humana, sadia ou deficiente, com o mesmo grau de compromisso, sem esquecer de ninguém”.
“Estamos profundamente preocupados com o recente apelo feito por alguns funcionários do governo, assim como pelo Escritório do Alto Comissionado para os Direitos Humanos, a fim de liberar as leis de aborto e o acesso aos remédios abortivos como um meio para evitar o nascimento de crianças com malformação”.
“Deste modo, não só estão aumentando o acesso ao aborto e abortivos, uma resposta ilegítima a esta crise, mas também acaba com a vida de uma criança, o que fundamentalmente não é preventivo”, disse o representante na ONU.
Em vez disso, a Santa propaga a ideia de que “a promoção de uma política tão radical é a confirmação de um fracasso da comunidade internacional para deter a propagação da doença e para desenvolver e proporcionar às mulheres grávidas o tratamento médico que seus filhos necessitam, a fim de evitar o desenvolvimento de defeitos congênitos ou de suavizar seus efeitos e chegar ao fim da gestação”.
Por Gaudium Press