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03/04/2017A Rede Intercongregacional da Vida Consagrada “Um Grito Pela Vida”, que atua no enfrentamento ao tráfico de pessoas, completou na quinta-feira, dia 30 de março, 10 anos de existência. Neste período foram promovidas diversas ações de prevenção e assistência e intervenção política, buscando instruir e instrumentalizar a sociedade a fim de coibir o crescimento da inserção de vítimas neste mercado do crime.
Constituída por religiosas e religiosos de diversas Regionais e Congregações, a Rede é um espaço de “articulação e ação profético-solidária da Vida Religiosa Consagrada do Brasil”. A iniciativa surgiu a partir de uma solicitação da União Internacional de Superioras Gerais à Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) de que fosse realizado um curso sobre o tráfico de pessoas.
Após o encontro, 28 religiosas, de 20 congregações, sentiram o clamor das vítimas deste crime e decidiram atuar nesta realidade, buscando ser “presença solidária entre os empobrecidos e excluídos”. Com o tempo, de acordo com a Rede, diferentes congregações masculinas e femininas têm se juntado no trabalho. Atualmente, são 300 religiosos que estão presentes em todas as regiões do país no trabalho da Rede, que é “uma ação missionaria em conjunto”.
Desde 2006 a Rede “Um Grito Pela Vida” é parte constitutiva da CRB Nacional, atuando de forma descentralizada e articulada com as organizações e iniciativas afins, nas diversas localidades, estados e municípios brasileiros. Ela também integra a Rede internacional da Vida Religiosa Consagrada Talitha Kum.
O trabalho da Rede teve destaque em 2014, na ocasião da Campanha da Fraternidade daquele ano, cujo tema proposto foi “Fraternidade e tráfico humano”. A inciativa foi apontada como sinal do compromisso da Igreja no Brasil no enfrentamento ao tráfico de pessoas. Na ocasião, já eram significativas as ações de divulgação, formação de multiplicadores e prevenção nas comunidades mais vulneráveis ao tráfico de pessoas.
Desde o início da semana várias atividades em todo o país marcaram as celebrações e renovação dos compromissos com o trabalho no enfrentamento ao tráfico de pessoas. Aconteceram palestras com pais de catequisandos, atividades em escolas e formação para grupos de religiosas, além de celebrações.
A grande comemoração dos 10 anos da Rede Um Grito pela Vida acontecerá em Brasília (DF) no mês de outubro, durante o encontro nacional.
A coordenadora da Rede Mundial da Vida Consagrada contra o tráfico de Pessoas Talitha Kum, irmã Gabriella Bottani, agradeceu por meio de mensagem a todas as irmãs “que tiveram a coragem de tecer os primeiros fios de solidariedade e compromisso da Rede Um Grito pela Vida”. Ela manifestou gratidão ainda aos que se juntaram à Rede e “continuam tecendo fios coloridos de liberdade e dignidade”.
“Desejo que a celebração dos dez anos proporcione um tempo especial para renovar as forças e continuar com coragem, criatividade e ousadia o compromisso assumido de enfrentar o tráfico de pessoas, pois a conjuntura política e econômica mundial está evidenciando um aumento preocupante de todas as formas de exploração da vida e do tráfico de pessoas”, escreveu a religiosa.
Articuladoras da Rede também enviaram suas mensagens por ocasião dos 10 anos de compromisso contra o tráfico de pessoas. “Queremos tecer relações de amizade e troca de experiências com outras e outros que igualmente não se conformam com abusos de todo tipo contra mulheres, jovens e crianças, que diariamente sofrem exploração e maus tratos por conta de uma sociedade que não respeita os valores e a dignidade das pessoas”, escreveu um grupo de religiosas.
As consagradas refirmaram o compromisso de seguir anunciando a mensagem de libertação e esperança, não somente com palavras, “senão com a doação de nosso tempo e criatividade para que a vida tenha sempre prioridade sob qualquer tipo de abuso e poder”.
Para a coordenadora Nacional da Rede Um Grito pela Vida, Eurides Alves de Oliveira, este é um momento de “agradecer por tantas pessoas que têm colaborado nesse tempo, mas também de avaliar e encontrar o caminho a ser percorrido daqui pela frente, cada vez com maior determinação e coragem”.
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Por CNBB