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20/04/2016Os trabalhos de reforma do Santo Sepulcro – que terão início após as celebrações da Páscoa ortodoxa, celebrada em 2016 no dia 1º de maio – serão continuamente acompanhados e documentados por um staff de cerca de trinta professores da National Technical University, de Atenas, e por especialistas do lado católico e armênio. A restauração será possível graças ao acordo entre as Igrejas Greco-ortodoxa, Católica (representada pelos franciscanos) e Armênia, as três principais confissões às quais é confiada a custódia da Basílica da Ressurreição. Ao financiamento das três confissões cristãs se somará o do Governo grego, do Fundo Mundial para a Conservação dos Monumentos (World Monuments Fund, WMF), de benfeitores privados e do Rei da Jordânia Abdullah II, na sua veste de Custódio dos Lugares Santos de Jerusalém do Leste.
As restaurações
O portal da Custódia da Terra Santa explica que a edícula será desmontada, para ser reconstruída identicamente e que serão substituídas somente as partes muito frágeis ou danificadas. As placas de mármore – em bom estado de conservação – serão limpas, enquanto a estrutura que as suportará será consolidada. Mesmo durante as reformas, o Lugar Santo estará acessível ao culto e à devoção dos fieis. O avançado estado de degradação do Túmulo de Jesus, situado no centro da rotunda do Santo Sepulcro, é fruto de diversos fatores, entre os quais, defeitos estruturais do prédio, que remontam à época da sua construção, e à grande frequência de peregrinos e turistas. A causa principal da torção dos blocos de mármore é provocada pela alteração das argamassas devido à umidade crescente produzida pela condensação da respiração dos visitantes. O uso das velas, que queimam por longas horas a poucos metros da edícula que abriga o lugar da deposição do crucificado, acabou provocando fortes pressões térmicas sobre o mármore e a fumaça provocou um acúmulo de materiais escuros e oleosos, o que alterou o mármore e criou as condições para reações físico-químicas que aceleraram a oxidação e a deterioração das superfícies arquitetônicas.
Última tentativa de reforma foi em 1947
O lugar de sepultura e ressurreição de Cristo está inalterado desde 1947, quando os britânicos colocaram traves de aço para escorar a edícula e assim dar início a uma restauração que acabou nunca acontecendo. Construída nos anos de 1809 e 1810, depois do grande incêndio de 1808 que afetou toda a construção, a edícula atual – em estilo barroco otomano – mostrou sinais de fragilidade após alguns decênios. Até 1868, além disto, a cúpula da rotunda a protegia somente parcialmente das intempéries, pois na parte superior havia um oculus aberto. Estando a Palestina sob mandato britânico, os engenheiros do Departamento dos Trabalhos Públicos (Department of Public Works DPW) empregaram dois meses para obter das autoridades religiosas a permissão para inspecionar os locais. A pesquisa efetuada sob o Sepulcro, evidenciou que a estrutura incorporava os restos de uma edificação precedente. Mas os responsáveis das Igrejas não conseguiram chegar a um acordo satisfatório para a sua recuperação. Posteriormente, também contribuíram para o aumento da degradação as intempéries e os novos abalos sísmicos, sobretudo em 1934. Os gregos, os franciscanos (pelo lado dos latinos) e os armênios, providenciaram trabalhos esporádicos em alguns locais do complexo, mas não no Sepulcro de Jesus.
A história da edícula que custodia o local da sepultura de Cristo
O Sepulcro de Jesus foi escavado ao lado de uma colina, em uma gruta abandonada de pedras. O Jardim da Ressurreição e a tumba foram sepultados por volta de 135, sob o templo construído pelo Imperador Adriano. Por volta de 324, o Imperador Constantino pediu ao Bispo Macario de Jerusalém para que encontrasse o Sepulcro de Cristo e ali construísse uma Basílica. Assim, cresce a primeira Igreja do Santo Sepulcro. Escavou-se ao redor da câmara funerária, onde havia sido depositado o corpo de Jesus, para liberar um espaço, e a rocha originária foi coberta de mármore com decorações constantinas. Assim, foi construído a primeira edícula. Parcialmente danificada pelos persas em 614, e novamente saqueada e destruída a golpes em 1009 por ordem de Al-Hakim bi-Amr Allah,ela foi substituída por outra edícula de estilo romano por volta de 1014. Devido às intempéries, incêndios e saques, em 1555 é construído um prédio muito similar ao precedente, mas em estilo gótico, por desejo do Custódio da Terra Santa, Bonifacio de Ragusa. Após o incêndio de 1808 foi acrescentada a atual edícula.
Por Rádio Vaticano