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03/08/2021A expressão “Bendita” soa como um reforço ou confirmação das expressões do relato na Anunciação: “cheia de graça” ou “agraciada” (cf. Lc 1,28) e “encontraste graça diante de Deus” (Lc 1,30). É um reconhecimento que Maria é aquela que é destinatária favorecida com a bênção de Deus, pois, entre tantas mulheres, foi a escolhida para ser a Mãe do Salvador
Dando continuidade ao relato do Evangelho de Lucas sobre o marcante encontro entre Deus e Maria, na Anunciação, trazemos à tona uma das mais belas cenas que comumente chamamos de “visitação”. (cf. Lc 1, 39-45).
Logo após o impactante Anúncio do Anjo Gabriel, Maria com o coração a transbordar da Graça de Deus, e sem querer reter somente para si a inesquecível experiência do Dom recebido, dirige-se solidária e apressadamente rumo às montanhas da Judeia. Maria enfrenta as barreiras da distância para visitar e auxiliar Isabel, que em idade avançada, necessitava de cuidados, pois encontrava-se no sexto mês de gestação do seu filho João. Certamente Maria não via a hora de poder compartilhar com Isabel as maravilhas que o Senhor havia feito, mas a humildade é uma de suas características fundamentais e, mesmo sendo a escolhida de Deus, a portadora da Boa Nova da salvação põe-se a servir.
Neste imortalizado encontro entre as duas Mães, Isabel movida pelo Espírito Santo, pronuncia as palavras que nós, em oração, repetimos todas as vezes que saudamos Maria: “Bendita és Tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre”.
Que encontro maravilhoso! Quando elas se abraçam, Isabel reconhece os prodígios e desígnios de Deus realizados em Maria, percebe que Maria tinha o Salvador sendo gerado em seu ventre e continua: “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” Lc 1,39–45
Nessas duas mulheres grávidas, se encontram lado a lado, em estágio embrionário, os seus filhos João Batista e Jesus. É o encontro do Antigo e do Novo Testamento, inaugurando Novos Tempos! Encontram-se pela primeira vez o precursor e o Messias, o que prepara o caminho e o que realiza a Boa Nova, o Fruto Bendito que não é gerado apenas no ventre, mas também no coração de Maria, em decorrência da fertilidade proporcionada pela sua fé, adesão e comprometimento com o plano salvífico de Deus. Maria é o ponto de união entre o céu e a Terra.
Se no contexto da Criação o pecado teve origem no egoísmo, no orgulho e desobediência de Eva ao comer o fruto proibido, agora a partir da fé, obediência e humildade da Nova Eva, Maria, tem origem a Nova Criação. Maria é Bendita porque traz em seu ventre o verdadeiro fruto que é Bendito, pois vem em nome do Senhor, para a salvação de todos. Jesus é a Revelação da face misericordiosa do Pai que anseia pela salvação de Seu povo.
“Na Virgem Maria que vai visitar a prima Isabel reconhecemos o exemplo mais límpido e o significado mais verdadeiro do nosso caminho de crentes e do caminho da própria Igreja. A Igreja por sua natureza é missionária, é chamada a anunciar o Evangelho em toda a parte e sempre, a transmitir a fé a todos os homens e mulheres, em qualquer cultura”. (Papa Bento XVI)
Na atitude de Maria com Isabel, que estava em uma situação delicada, temos a prefiguração da ação zelosa da Igreja, que vai em auxílio daqueles que sofrem. Que o exemplo de Maria na Visitação a Isabel nos motive a abrir nossos corações ao próximo e à Deus.
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Por: Zilbete Gonzaga