Vamos desenhar?
03/10/2021Veja o que voltou na Paróquia
18/10/2021A Igreja Católica de maneira sábia ressalta no mês de outubro a importância de comemorarmos e vivenciarmos a missão cristã. Missão que é de responsabilidade de todo cristão, que ao ser batizado torna-se membro do Corpo de Cristo, discípulo e missionário. Somos portanto, participantes e continuadores da Missão de Jesus, da Missão de salvar o mundo, atraindo-o para Deus, através do nosso exemplar testemunho de vida, pautado nos ensinamentos do Mestre Jesus. É missão de todo o batizado ser evangelizador, por isso a Igreja Católica insiste na necessidade de anunciar a Boa Nova e a salvação, que nos é dada, através de Jesus, nosso Salvador.
Cristo nos chama para sermos missionários: “Ide por todas as Nações, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15), para “fazerem discípulos em todas as nações” (Mt 28, 19), para serem testemunhas “até os confins da terra” (At 1, 8), para “pregarem a todos os povos a conversão e o perdão dos pecados” (Lc 24, 47). Ser cristão não é um costume ou um modismo, mas uma opção de vida, uma escolha que nos leva muitas vezes a remar contra a maré. Ser cristão é deixar-se contagiar pelo amor e misericórdia de Cristo, semeando a Palavra de Deus através de gestos de amor, de perdão, de solidariedade, fomentando e promovendo a esperança em um mundo melhor.
A Igreja nos apresenta um amplo leque de relevantes Missionários propagadores do Reino de Deus, que existiram desde os primórdios da Igreja até os nossos dias, que são verdadeiros “influenciadores” do bem e da santidade.
Missionário é quem realiza com amor a vontade de Deus, e neste âmbito a Virgem Santíssima ocupa lugar de destaque, pois viveu completamente a peregrinação da fé, cumprindo sua Missão como mãe de Jesus e depois dos discípulos, sem que fosse livrada da incompreensão e da constante busca do projeto do Pai.
Ainda, recapitulando a História da Salvação temos o exemplo dos Apóstolos, que após a morte de Jesus puseram-se a evangelizar, cumprindo o que Jesus lhes ordenara. Mas o Espírito Santo faz Novo todo aquele que ouve o chamado de Deus, e fez de Paulo (um perseguidor dos cristãos) uma Nova criatura que desbravou terras inóspitas e mares bravios levando a Boa Nova em suas desafiadoras viagens, transformando os corações e inaugurando inúmeras Comunidades Cristãs.
Ser Missionário é exalar o perfume de Cristo e são muitos os Santos que entregaram suas vidas imbuídos da mesma fé e sentimentos, “tatuando” a marca indelével do amor de Cristo nos corações das crianças, dos jovens, adultos e idosos, atraindo-os para o coração amoroso de Jesus.
São inúmeros os Santos Missionários que entenderam e abraçaram o projeto de Deus apresentado por Jesus. E no primeiro dia de outubro, o mês das Missões, está Santa Teresinha do Menino Jesus puxando a esteira dos Missionários. A Virgem Carmelita, mesmo tendo uma vida contemplativa, é reconhecida pela Igreja como a padroeira das Missões e doutora da Igreja. Ou seja, para sermos missionários, não necessariamente temos que nos deslocar geograficamente, mas nos empenharmos nas particularidades do cotidiano que exigem de nós: fé em Deus, amor, serenidade, alegria, paciência, compaixão e perseverança.
Santa Teresinha era a caçula de oito irmãos, três dos quais morreram quando crianças. Aos quatro anos viveu o drama do abandono ficando órfã de mãe e vendo aos poucos as suas quatro irmãs, uma a uma, consagrarem-se a Deus. Entretanto, recebia o carinho especial do seu pai, que a chamava “pequena rainha da França e de Navarra”, como também “a pequena órfã de Beresina”. Aos quinze anos conseguiu uma permissão especial do papa Leão XIII para ingressar na ordem das carmelitas.
O desejo da jovem era “salvar as almas.” Na hora de fazer a profissão dos votos religiosos ela recebeu o nome de Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face. Incompreendida pelas coirmãs do Carmelo, Teresa declarava ter recebido “mais espinhos que rosas”, mas aceitava com paciência as injustiças e as perseguições, como também as dores e os sofrimentos trazidos pela tuberculose, oferecendo tudo “pelas necessidades da Igreja”, “lançar rosas sobre todos, justos e pecadores”.
Os desafios na caminhada eram muitos, o que a levou à elaboração de uma espiritualidade muito original e importante, chamada “teologia do Pequeno Caminho” ou “da Infância Espiritual”; trata-se de uma espiritualidade, cuja pratica do amor a Deus se baseava em pequenos atos diários, aparentemente insignificantes, porém desafiadores.
Diante da gravidade da doença, Teresinha percebeu que não poderia trilhar um caminho como o dos evangelizadores distantes. Escolheu então a “pequena via” para a santidade baseada em orações, provações diárias, sacrifícios e entrega ao amor de Cristo. Seus escritos tornaram-se livros que servem de inspiração religiosa.
Morreu aos 24 anos, vitimada pela tuberculose, em 30 de setembro de 1897, prometendo uma chuva de rosas sobre o mundo. Por isso é representada segurando as flores junto a um crucifixo. Foi canonizada em 1925 pelo Papa Pio XI, que a declarou Patrona Universal das Missões. Em 1997 o Papa João Paulo II a proclamou Doutora da Igreja e, no ano seguinte, seus escritos coletados sob o título de “História de uma alma” comemoraram 100 anos de publicação.
Em sua autobiografia, Santa Teresa escreve: “Há somente uma coisa a ser feita: oferecer a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”. E, ainda: “Quero transmitir as pequenas ações que consegui fazer”.
Que Santa Teresinha sirva de inspiração para a nossa santidade!
Créditos:
Texto: Zilbete Lopes – Pascom | Imagens: Internet | Design Imagem Capa: Ricardo Campolim – Pascom