Coração de Pai: O ano dedicado a São José
20/05/2021Ave Maria Cheia de Graça, o Senhor está contigo! (Lc 1,28)
20/05/2021Por Maria Célia de Souza Salomão – ADMA Sorocaba
“Movidos pela esperança como São José”, esse foi o tema do Retiro da Família Salesiana de 2021, realizado no dia 24 de abril. O evento anual que trouxe uma importante reflexão e motivação sobre a esperança contou com a partição de nossos paroquianos que dividem conosco a experiência. O relato é da integrante da ADMA Sorocaba, Maria Celia de Souza Salomão.
Norteados pela Estreia 2021 do Reitor Mor, cujo tema é “MOVIDOS PELA ESPERANÇA: EIS QUE FAÇO NOVAS TODAS AS COISAS”. (Ap 21,5), na qual Dom Ángel diz que ao pensar numa mensagem que nos possa unir como Família Salesiana em 2021, não é possível deixar de considerar os efeitos da atual pandemia no mundo.
O Pe. Osmar Bezutte – SDB, pregador do Retiro, iniciou com um momento de reflexão: A oração é uma escola para a minha esperança? E como nós, membros da Família Salesiana estamos atendendo os pobres e se procuramos levar-lhes esperança e apoio. Vivemos numa cultura que despreza a esperança.
Aprofundamento no tema
Na sequência, abordou dois autores diferentes que baseados na sua experiência de psicoterapeutas chegam à conclusão de que há uma queda na esperança, o que leva muitas pessoas ao desânimo. “Falta um lugar para ir, de uma direção, de algo atraente para onde ir”.
A esperança reduzida à vontade, ao esforço, à pura criação. Esta esperança reduzida produz reações negativas. Já não temos tempo e queremos tudo de imediato. A esperança é sempre a longo prazo e a nossa cultura “é alérgica a tudo que leva tempo”.
Para alcançar o que desejamos, precisamos correr riscos, mas para o mundo moderno ou pós-moderno o risco é negativo; o valor é segurança e certeza! Precisamos ser capazes de esperar apesar dos nossos limites.
E como estamos atendendo aos temas do tempo, da espera, do risco e dos limites nas ações pastorais: catequese, pregação, nos encontros, nas celebrações? Se não nos dedicarmos a arriscar, esperar, viver com o limite, não poderemos falar de esperança: seriam só discursos teóricos.
A nossa própria Pastoral tem medo de riscos, tem medo do novo; ela se repete; mudar algo é impensável, portanto não acreditamos no risco. Não acreditamos no tempo, queremos só o que é imediato e sem criatividade. Demonstramos não ter esperança.
O que vem pela frente
Temos um sério trabalho a fazer: gerar esperança indo ao encontro, em uma entrega ao outro. Senão continuamos como espectadores e consumidores, incapazes de nos relacionar, de confiar. Nossa Pastoral com frequência é ainda para indivíduos, quando deveria ser para fazer comunhão, criar comunhão!
Mesmo antes do distanciamento físico pela pandemia, já estávamos distanciados, cada um por si. Somos chamados a ter esperança, a gerar esperança. Aprender a lidar com os efeitos da pandemia, como a incerteza e a solidão é um desafio para o qual temos que estar preparados.
“A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm 5,5)
A redução da esperança está na incapacidade de encontrar algo confiável além de nós. Mas existe algo confiável: o Evangelho no qual Jesus nos revela absoluta confiabilidade do Pai e dá testemunho disso.
O desafio a que somos chamados é anunciar a Boa Nova do Evangelho com a alegria de quem vive a fé, que se alimenta na interioridade da oração. Na verdade que surge da beleza e que suscita esperança. A beleza que atrai. Mas quanta beleza existe em nossos dinâmicas pastorais, em nossas celebrações, em nossos encontros?
Nossa Pastoral e nossa relação ajudam pouco a interioridade. Precisamos habituar as pessoas ao silêncio. Para ter esperança é preciso uma interioridade treinada, do contrário não se sustenta! E, finalmente, ir ao encontro do outro: ser uma “Igreja em saída”. Uma comunidade fechada em si acaba asfixiada.
O modelo que vem de São José
Temos em São José o nosso modelo. Nas palavras de Dom Bosco: “São José não era para si, mas para Jesus.” E para fechar a nossa tarde de reflexão nosso Inspetor, Pe. Piccinini, que presidiu a Celebração Eucarística, na sua homilia citou três atitudes de São José: homem trabalhador, homem temente a Deus e homem justo.
Ele soube abrir o coração e acolher o projeto de Deus; sempre fiel a este projeto e pautado na justiça. Para nós, seguir seu ensinamento é realizar a vontade de Deus na nossa vida e construir um mundo melhor para nós e para todos que estão a nossa volta.
Concluindo a exposição desta síntese do Retiro da Família Salesiana, voltamos à Estreia 2021 citando as palavras de Dom Ángel: “Os valores do Evangelho não esvanecem … não desaparecem. Por isso, como Família Salesiana de Dom Bosco não podemos renunciar a mostrar aquilo em que cremos, não podemos perder a nossa identidade carismática nas respostas que devemos dar diante de qualquer situação que seja. … Continuamos a exprimir a certeza de sermos movidos pela esperança: Porque Deus no seu Espírito continua a fazer “novas todas as coisas”.