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A história de Monsenhor Jonas com os salesianos começa desde o ventre materno. O sacerdote conta, em suas pregações, que em seu nascimento, sua mãe Josepha estava com dificuldades para ter o bebê. As parteiras da pequena cidade de Elias Fausto já haviam feito de tudo, o médico também, mas o menino não nascia. Um rapaz falou sobre Dom Bosco naquela hora, que era “o santo dos jovens”, e Dona Josepha pediu sua intercessão, consagrando a ele seu filho… e na mesma hora deu à luz!
Anos mais tarde, o menino Jonas ingressaria no Liceu Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo, encaminhado pelas Irmãs da Providência de Gap, que viram nele uma vocação. No Liceu, aprendeu a trabalhar com artes gráficas. Aos 13 anos, Jonas entrou para o Seminário Menor Salesiano, em Lavrinhas, em 3 de setembro de 1949. Era o início de sua vocação.
Ao chegar em Lavrinhas, Padre Jonas conheceu outros muitos alunos, que, assim como ele, queriam ser padres. Dentre eles estava Padre Guedes. “Nós dois éramos de São Paulo, e isso nos aproximou. É uma amizade muito profunda, muito antiga e nunca interrompida.”
Padre Guedes conta como o fundador da Comunidade Canção Nova, desde muito novo, demonstrava características salesianas: “Padre Jonas tinha muitos dons artísticos, sobretudo de música, o que fez com que ele se integrasse inteiramente no carisma de Dom Bosco. Para Dom Bosco a música é a expressão mais nítida da alegria juvenil. Padre Jonas sempre foi músico, sempre foi alegre e criativo. Sempre soube espalhar bondade por onde esteve.”
Depois do período inicial em Lavrinhas, o menino Jonas fez o Ensino Médio no Instituto do Coração Eucarístico, em Pindamonhangaba (SP), e filosofia na cidade de Lorena (SP), no Instituto Salesiano de Filosofia e Pedagogia.
Terminada esta etapa, cursou teologia em São Paulo no Instituto Teológico Salesiano Pio XI do Alto da Lapa e foi ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 1964. Seu lema é: “Feito tudo para todos”(1Cor 9, 22).
Como padre recém-ordenado, trabalhava com os jovens. Lecionando na Faculdade de Ciências e Letras de Lorena (SP) e dando assistência à juventude fazendo encontros e retiros, no ano de 1971, aquele jovem sacerdote conheceu a Renovação Carismática Católica.
Decisão pelos jovens
Dom Carlos Altieri, que na época era estudante, conta que foi neste período que Padre Jonas precisou tomar uma decisão que mudaria sua vida:
“Era 1971 e foi crescendo o empenho e dedicação dele com os jovens. Eu mesmo cheguei a fazer os encontros que o Padre Jonas aplicava. Se chamava ‘Jovens Construindo’. Até que chegou um momento em que ele teve que optar, porque era muita coisa… o ritmo de professor, dos encontros com os jovens, da comunidade. Ele sentiu muito ter que deixar os salesianos, mas o padre inspetor disse: ‘Não fique chateado. Se for de Deus você volta com todo esse grupo para participar como família salesiana.’ A gente achava que era um sonho, mas foi o que aconteceu.”
Dom Bosco e a Comunicação
Dom Vitório Pavanello, também salesiano, conta como viu a saída do religioso, na época:
“Padre Jonas saindo da congregação, não deixa a congregação. Ele vai levar a congregação numa dimensão que os superiores da época não puderam entendê-lo. Eu mesmo não gostei, na época, da saída dele. Meu amor à congregação era muito grande e eu não conseguia entender essa vertente do Espírito Santo. Hoje entendo que ele chegou onde nós não conseguimos chegar. Dom Bosco sempre trabalhou com as gráficas, com a comunicação, mas nós salesianos sempre ficamos na escola, na linha de escola e universidade. Padre Jonas captou Dom Bosco na mídia. O que foi providencial, porque na Congregação ele não conseguiria fazer. Ele foi corajoso!”
Dom Vitório diz ter certeza da vocação de Padre Jonas como salesiano, e de sua ousadia: “Não tenho dúvidas de que Dom Bosco está muito contente com ele, porque um dos seus filhos entrou no seu coração, na linha da comunicação. Eu penso… se Dom Bosco estivesse vivo, o que ele não faria por esse lado? Dom Bosco não fez, mas o Monsenhor Jonas está fazendo… Deus seja louvado!”
Padre Jonas e a juventude
O salesiano Padre Alcides da Silva foi colega do Padre Jonas, desde o seminário menor, e diz se impressionar com a obra Canção Nova atualmente: “Quando estou em Cachoeira, penso: Quem diria que o Jonas ia fazer tudo isso?”
Padre Alcides lembra que a característica principal do Padre Jonas foi sempre o amor pela juventude, sua maior motivação:
“Padre Jonas consegue cativar o que para os salesianos está difícil hoje: a juventude. A gente fica impressionado com a quantidade de jovens que tem ali em Cachoeira. Todos nós salesianos admiramos o Padre Jonas, e pensamos: Como o Jonas conseguiu caminhar tanto assim, né?!”
Família Salesiana
Desde 2010, a Canção Nova pertence à família salesiana.
É Padre Jonas quem conta, em uma entrevista para o boletim salesiano, como se sentia em relação a Congregação: “Na verdade, saí da Congregação apenas canonicamente, mas o meu coração foi sempre salesiano e o meu modo de ser foi sempre salesiano. Tanto assim que, hoje, nós somos Família Salesiana e fazemos questão de sê-lo de verdade!”
Ao ser perguntado sobre como o carisma de Dom Bosco é vivido na Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas responde:
“Com toda modéstia, eu digo, é vivido na sua totalidade. Primeiro porque nosso grande trabalho é com os jovens. Temos trabalho também na área de educação, um grande colégio além de uma faculdade. Mas, principalmente o nosso trabalho é levar Cristo a uma multidão de jovens. Com os encontros que realizamos, com os programas de televisão, mas também com o trabalho social feito com a juventude mais pobre, que precisa se profissionalizar.”
Monsenhor Jonas é grato por hoje a Canção Nova ser família salesiana: “Foi o coroamento daquilo que nós éramos. O reitor-mor veio justamente assinar embaixo daquilo que nós éramos. Nós somos muito gratos ao reitor-mor, à Congregação Salesiana, somos muito gratos a Deus.”
Texto: Denise Claro (Redação Canção Nova)