Pe. Daniel Garcia visita a Inspetoria e fala sobre o trabalho da Pastoral Juvenil

Pe. Daniel Garcia é mexicano, membro do Dicastério para a Pastoral Juvenil Salesiana e está designado para acompanhar mais especificamente a dimensão da Ação Social no continente americano. Ele realiza uma visita às inspetorias brasileiras, já tendo passado por Porto Alegre e, agora, visitando São Paulo. Em entrevista à Comunicação Social da Inspetoria, ele conta das suas motivações e fala sobre o que motivou sua visita e sobre o olhar da Congregação:

Motivações

“Passado o encontro que tivemos em outubro, dos delegados para a Pastoral Juvenil da América Cone Sul, falando sobre a animação que necessita o setor da Ação Social, os delegados de Pastoral das seis inspetorias do Brasil me convidaram a fazer uma visita de animação, primeiro para conhecer a experiência, para entender o que é a rede de ação social no Brasil e também para aproximar-me das realidades, das experiências com os delegados”.

Pastoral Juvenil Salesiana no Brasil

“Se vê uma Pastoral muito coordenada, muito organizada, fruto da rede e, particularmente, no que se refere às obras sociais vê-se uma clara identidade e sei que estão trabalhando nela, definindo muito bem os seus critérios que dão identidade a essas presenças e venho também constatar a parte de pastoral, que é fruto também não só do que estão fazendo e sim também do que estão refletindo. Vejo um trabalho muito bonito, de muita resposta, de muito impacto social, vejo irmãos muito entregues, irmãs muito entregues porque pude partilhar e conhecer suas realidades”.

Preocupação e cuidado

“A preocupação sempre é olhar de que maneira estas obras e as ações que realizam estão com estes meninos e meninas, adolescentes e jovens, respondem aos critérios que temos na congregação, de pastoral, de que maneira essas obras estão inseridas nos projetos educativo-pastorais das inspetorias, de que maneira essas obras de verdade estão respondendo aos projetos orgânicos inspetoriais, precisamente evitando que estejam fora da institucionalidade e que sejam o resultado de um pensamento, de uma reflexão, da tomada de opções ou de decisões e convicções de uma inspetoria que está pensando claramente em encontrar aí as respostas carismáticas e a contextualização, os contextos concretos da Congregação Salesiana”.

Acompanhamento dos jovens

Ontem eu falava sobre o propósito do acompanhamento, de entender cada vez melhor que hoje somos chamados a acompanhar os jovens. E os acompanhamos em três níveis, segundo a pedagogia salesiana:

– o acompanhamento no ambiente, o ambiente que temos, rico de valores, rico de expressões, ajuda e forma os meninos em seu crescimento. Nisso somos muito especialistas, nossas obras se caracterizam pelo ambiente, pelo bom ambiente, o ambiente salesiano, familiar que chamamos;

– o outro nível é o de grupo. Nesse temos que seguir trabalhando, há uma semelhança também pedagógica em Dom Bosco nas experiências grupais, ele as chamava de companhias em seu tempo. Para nós é uma grandíssima oportunidade de oferecer aos meninos espaços igualitários para crescer, para as lideranças, para ajudarem a desenvolver nossos valores e suas experiências e seu crescimento, seu amadurecimento e seus conhecimentos também. Isso não está muito claro em todas as nossas presenças. Vai e vem, às vezes não temos esse cuidado de favorecer sempre os grupos, os grupos de crescimento, os grupos de formação e os grupos de pertencimento. E nossa Família Salesiana precisamente está constituída por grupos que têm uma forte e clara identidade e que são chamados para serem protagonistas da missão. Convidaria a todas a desenvolver, a seguir desenvolvendo o associacionismo salesiano;

– E o terceiro é o acompanhamento pessoal, o acompanhamento espiritual, é de um em um, onde o educador salesiano, se é sacerdote, se é religioso ou religiosa, se é leigo, podem ajudar os meninos em seus processos de crescimento, de amadurecimento, processos de amadurecimento cristão, de tal maneira que podem chegar a ser de verdade transformadores da Igreja e da sociedade assim como nos propõe o papa para este Sínodo dos Jovens. Me parece que nisso temos que seguir trabalhando, temos que seguir trabalhando aqui no Brasil como em todas as inspetorias do mundo, porque me toca percorrer também outras inspetorias, e insistir fortemente em ter clara a identidade salesiana de nossas obras e aplicá-la, aí garantimos o estilo salesiano.

E o último aspecto que eu insistiria é na dimensão pastoral. Quando uma paróquia está mais preocupada com o sacramentalismo pode perder de vista a dimensão pastoral, a dimensão evangelizadora. Quando uma escola está dedicada somente à dimensão pedagógica e aos novos modelos pedagógicos e não cuidamos da pastoral como entendemos a nível salesiano, pode ser que inclui-se a religião somente como instrução e não necessariamente está-se levando nossos colaboradores, nossos meninos ou nossos rapazes, meninos e meninas, a uma experiência de Deus. Quando um centro juvenil ou quando uma obra social só responde à necessidade assistencialista, as necessidades que demandam assistencialismo são tão grandes e tão fortes, que podemos perder a dimensão pastoral, que dizer, a maneira de ler à luz do Evangelho, a maneira de aproximar uma experiência de fé a esses meninos que temos aí, ajudando a superar seus conflitos pessoais, sociais, familiares. Então insistiria nesse ponto que é algo muito salesiano, que é algo que o Reitor-Mor está nos convidando sempre, que é algo que os capítulos gerais estão insistindo cada vez mais, a dimensão pastoral de nossas obras.

Por Anderson Bueno / Foto: Fernando Gaia

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