Conversamos com Dom Altieri sobre sua trajetória na Paróquia Sagrada Família e os próximos passos em sua missão.
Confira essa entrevista especial.

Pascom – O que o senhor pode dizer sobre esse tempo vivido em nossa comunidade?
Dom Altieri – O povo daqui é muito acolhedor. É uma comunidade vibrante e muito dedicada.
Tive a alegria de, nos últimos anos, acompanhar mais de perto os moradores de rua, por meio da Aliança da Misericórdia e dos Consoladores dos Aflitos. Celebrava com eles todos os domingos.
Isso me deixa um pouco triste, pois não poderei mais estar tão presente.
Mas, como sempre digo, estou à disposição. Como missionário, preciso dar exemplo de desprendimento. Onde estou, procuro estar bem e fazer o bem.

Pascom – Qual foi o período mais marcante para o senhor?
Dom Altieri – Sem dúvida, o tempo da pandemia. Foi uma verdadeira prova de fé. Celebrávamos e rezávamos na capela da casa paroquial, inclusive durante a Semana Santa. Foi um tempo difícil, mas também de grande demonstração de amor a Deus e à comunidade.
Um dos sinais mais bonitos que vivemos foi o comprometimento com o dízimo. Muitas paróquias enfrentaram dificuldades, mas aqui não faltou generosidade. Na época, atendíamos 90 famílias com cestas básicas. Hoje, são 230. A comunidade cresceu em solidariedade.

Pascom – Que trabalho o senhor gostaria que a comunidade desse continuidade?
Dom Altieri – Fico muito feliz com a atenção crescente aos jovens. A juventude não é apenas o futuro, é o presente da Igreja.
Nossa quadra está cada vez mais movimentada e o espaço criado pelo Pe. José Rodolfo, dedicado à juventude, sob a inspiração de São Domingos Sávio e Carlo Acutis, modelos de jovens santos.
A formação oferecida a eles é essencial. Tenho certeza de que dará frutos e fortalecerá vocações.

Pascom – O senhor irá agora para a Inspetoria. O que espera desse novo tempo?
Dom Altieri – Espero, como sempre, a bondade de Deus — que nunca me faltou. Não precisamos temer os caminhos. Se forem pedregosos, Deus nos dá sapatos mais fortes.
Quando olho para trás, vejo muitos sinais dessa bondade. Como inspetor, levei a primeira imagem de Nossa Senhora Auxiliadora para Angola. Esta semana, recebi uma foto da festa que fizeram lá. Ver aquele povo vibrante enche o coração de alegria.
Não tenho medo do que vem. Onde estou, estou por inteiro. Quando decidi ser padre, disse que queria viver em comunidade e trabalhar com os jovens. Essa é a vocação que abracei e sigo vivendo com alegria.

Pascom – Que mensagem o senhor gostaria de deixar para a nossa comunidade?
Dom Altieri – Estamos vivendo o Ano Santo, com o tema “Peregrinos da Esperança”. Que nossa fé se concretize na alegria da ressurreição e na certeza de que vale a pena lutar pelo bem — mesmo diante das dificuldades.
Não devemos desanimar. Conheço minhas limitações, mas também vejo como Deus, mesmo com elas, fez nossa comunidade crescer.
Que ninguém perca o entusiasmo, a fé, a coragem e a esperança. Deus é fiel e caminha conosco.