“Se eu for sacerdote, serei muito diferente”

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No tempo de estudos em Castelnuovo, João Bosco não descuidou da sua vida espiritual. Pelo contrário, buscava viver o seu amor a Deus em todas as oportunidades que encontrava.

Colocava todo o seu empenho em tudo o que precisava fazer, mesmo nas coisas menos importantes. Tinha prudência no falar: pensava bem antes de dizer alguma coisa. Quando tomava alguma decisão, ninguém conseguia fazê-lo desistir.

E o mais interessante: sem que pudessem dar conta disso, os seus companheiros, aos poucos, modelavam a sua própria conduta de acordo com o modelo deste amigo exemplar. João, por sua vez, esforçava-se para ganhar cada vez mais o coração de cada um deles. Quando ia para sua casa, nos Becchi, sempre levava frutas para presentear os seus amigos. Estes, com muita gratidão, escutavam com gosto o que João lhes dizia sobre religião. Sempre recomendava a devoção filial a Maria Santíssima.

Este foi o tom da vida de João Bosco nestes anos que marcaram o início da sua adolescência. Assim conservou uma ótima imagem entre as pessoas de sua terra natal. Mesmo entre os sacerdotes com quem teve contato, que testemunhavam a sua perseverante e excelente conduta, além do seu desejo explícito de se tornar um grande apóstolo e missionário para fazer muito bem às almas.

Entretanto, apesar desses bons pareceres, é preciso lembrar que João ainda continuava a guardar uma certa tristeza em relação a alguns sacerdotes com quem tinha contato. Era como um “espinho no seu coração” o fato de não poder ter uma relação próxima e familiar com os sacerdotes de seu povoado.

O pároco de Castelnuovo era o Pe. Bartolomeu Dassano, homem verdadeiramente santo, culto, caridoso e exato cumpridor de seus deveres. Mas mantinha uma postura comedida e pouco acessível para os jovens. Os demais sacerdotes mantinham a mesma reserva que, claro, não era tanto pelo temperamento de cada um, mas fruto da formação recebida na época, nos seminários.

João, no entanto, já sabia desde aquele tempo a necessidade que os jovens possuem de uma ajuda amorosa. Sabia que se os jovens percebessem que alguém realmente se preocupasse com eles, lhes entregaria a confiança e os cuidados de suas vidas. Aliás, o próprio Joãozinho Bosco experimentava, em sua própria vida, esta necessidade.

João frequentemente encontrou com o seu pároco, acompanhado do vigário. Chegava até mesmo a ficar esperando em lugares pelos quais sabia que os dois sacerdotes passariam em determinado horário. Sentia um grande desejo de aproximar-se deles e de ouvir uma palavra de confiança. Queria ser estimado por eles.

Apenas João via os dois sacerdotes, mesmo de longe, acenava e, ao chegar perto, fazia timidamente uma reverência. O pároco devolvia a saudação com toda a seriedade e cortesia… E continuava o seu caminho. Mas jamais concedeu uma palavra afável, que pudesse corresponder à expectativa de João.

Naquele tempo se entendia que esta postura era a mais adequada para os sacerdotes. Essa “distância” era vista como uma forma de enfatizar o respeito que era devido à pessoa do padre e a seriedade inerente ao seu estado de vida. No entanto, para João e certamente para muitos outros jovens, este “respeito” produzia muito mais temor do que amor.

O Pe. João Batista Lemoyne, secretário pessoal e autor dos nove primeiros volumes das Memórias Biográficas, nos disse que o próprio Dom Bosco lhe contou que, muitas vezes, chorando, falava a si mesmo e aos outros: “Se eu for sacerdote, vou ser muito diferente: vou me aproximar das crianças, vou chamá-las para o meu lado, vou fazer com que me estimem, lhes direi uma boa palavra, lhes darei bons conselhos e vou me entregar por completo pela sua eterna salvação. Quão feliz eu seria, se eu pudesse me entreter, nem que fosse um pouquinho, com meu pároco. Tive este consolo com o Pe. Calosso: por que não posso tê-lo com outros?”.

Joãozinho também desabafava estes sentimentos com Mamãe Margarida, que conhecia muito bem o coração do seu filho e era mulher capaz de apreciar tais sentimentos:

– O que vamos fazer? – dizia Margarida – são homens de muita ciência, ocupados em pensamentos sérios e não sabem adaptar-se para falar com um garoto como você.

– Mas o que lhes custaria dizer-me uma boa palavra, deter-se um momento comigo?

– E o que gostaria que lhe dissessem?

– Algum bom pensamento para o bem da minha alma.

– Eles já têm bastante o que fazer no confessionário, no púlpito e nas demais ocupações paroquiais…

– E nós, os pequenos, não somos também suas ovelhas?

– Sim, é verdade; mas eles não têm tempo a perder.

– E Jesus, perdia tempo quando se entretia com as crianças? Quando reunia os apóstolos que queriam colocá-las longe e lhe dizia para deixarem chegar perto porque delas é o Reino dos céus?

– Não, não nego e até lhe dou razão. Mas o que podemos fazer?

– Você verá: se chegar a ser sacerdote, quero consagrar toda a minha vida aos pequenos; nunca me verão distante deles! Serei o primeiro a falar com eles.

Pe. Glauco Félix Teixeira Landim, SDB
Animador das dimensões Vocacional, Missionária e de Evangelização e Catequese da Pastoral Juvenil Salesiana
E-mail:    [email protected] / Facebook: www.facebook.com/glaucosdb

 

ESPAÇO VALCOCCO – CAPÍTULOS

Capítulo 1: Espaço Valdocco: somos Dom Bosco que caminha

Capítulo 2: Um começo de vida marcado pela pobreza e por uma fatalidade

Capítulo 3: Uma mãe corajosa, amorosa e cheia de fé

Capítulo 4: Antônio, José e João: três irmãos muito diferentes

Capítulo 5: O início dos estudos de João Bosco e o começo dos conflitos familiares

Capítulo 6: Um sonho que ficou gravado profundamente na mente

Capítulo 7: Um sonho que é memória e profecia

Capítulo 8: Um sonho que envia um pastor para os jovens

Capítulo 9: Um saltimbanco de Deus

Capítulo 10: Deus tomou posse do teu coração

Capítulo 11: A fúria de Antônio

Capítulo 12: Um lugar com a família Moglia

Capítulo 13: Uma experiência rica de família e trabalho

Capítulo 14: Um tempo para aprender a falar com Deus

Capítulo 15: Um amigo inesperado

Capítulo 16: Um pai para Joãozinho Bosco

Capítulo 17: Um desastre que desfalece as esperanças

Capítulo 18: “O vaqueiro dos Becchi” retorna para a escola

Capítulo 19: Mais dificuldades na escola de Castelnuovo

Capítulo 20: Um amigo para toda a vida

Capítulo 21: “Se eu for sacerdote, serei muito diferente”

Capítulo 22: Férias em Sussambrino

Capítulo 23: O sacrifício de pedir ajuda

Capítulo 24: Chieri, uma cidade repleta de história, piedade e estudos

Capítulo 25: O início dos estudos em Chieri

Capítulo 26: Uma memória extraordinária

Capítulo 27: O cuidado de João em escolher suas amizades

Capítulo 28: A Sociedade da Alegria: uma maneira de evangelizar os colegas

Capítulo 29: O cultivo da espiritualidade na Sociedade da Alegria

Capítulo 30: João Bosco, filho de Maria Santíssima e testemunho da santidade para os seus colegas

Capítulo 31: O ano escolar de 1832-1833: a crisma de João Bosco e a ordenação do Pe. Cafasso

Capítulo 32: O amigo Luís Comollo

Capítulo 33: Um trabalho exigente no Café Pianta

Capítulo 34: Uma presença que causava admiração e fazia a diferença

Capítulo 35: A amizade e a conversão do judeu Jonas

Capítulo 36: Um jovem com muitos talentos e habilidades

Capítulo 37: Crise vocacional de João Bosco e a decisão de fazer-se franciscano

Capítulo 38: “Deus te prepara outro lugar, outra messe”

Capítulo 39: O Pe. Cinzano, instrumento da providência divina no caminho vocacional de João Bosco

Capítulo 40: O dia em que João Bosco recebeu a batina

Capítulo 41: E finalmente João entra no seminário

Os Salesianos em SP

Nós, Salesianos de Dom Bosco, somos uma organização internacional de pessoas dedicadas em tempo integral ao serviço dos jovens, especialmente dos mais pobres e abandonados.

Em qualquer lugar trabalhamos o desenvolvimento integral dos jovens, através da educação e da evangelização que está no centro do nosso compromisso.

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