Dorotéia Chopitea

Início do processo: 4-4-1927
Venerável: 9-6-1983

Dorotea nasceu em Santiago do Chile no dia 5 de junho de 1816 de uma família rica de fé, de filhos – 18 ! – e de bens materiais. Três anos depois, logo que o Chile chegou à independência da Espanha, Pedro Nolasco Chopitea levou sua família de volta para Barcelona. Dorotea tinha um caráter enérgico, vivo, empreendedor, mas tinha mais ainda um coração de ouro. Aos 13 anos escolheu como diretor espiritual o Pe. Pedro Nardò, que a orientará por cerca de 50 anos. Recebeu uma boa instrução.

Aconselhada pelo Pe. Pedro, casou-se aos 16 anos com um excelente jovem, José Serra, comerciante e banqueiro. Serão esposos fiéis e felizes por 50 anos. Ao final desses anos, José dirá: “o nosso amor cresceu a cada dia”.

Em seu lar nasceram seis filhos: Dorotea, Ana Maria, Isabela, Maria Luisa, Carmem e Jesuína. A principal preocupação de Dorotea era viver verdadeiramente para Deus. Cultivou a piedade: todos os dias com missa, comunhão, rosário. A coisa mais extraordinária, porém, foi a sua caridade para com todos especialmente os mais pobres. Na escala dos valores, colocou em primeiro lugar o amor aos pobres: “Os pobres serão o meu pensamento”. Foi chamada de “a esmoler de Deus”.

Acompanhava o marido em suas viagens; foi recebida por Leão XIII que a tratou com grande deferência. Cerca de trinta fundações surgiram da sua munificência e da do marido: asilos, escolas, hospitais, oficinas… Há quem tenha calculado que os bens dispensados por ela superem o balanço de muitas entidades estatais.

Em 20 de setembro de 1882, viúva há um mês, escreveu a Dom Bosco: “Gostaria de fundar uma obra para jovens operários e para órfãos nos subúrbios de Barcelona”. Dom Bosco aceitou, e Dorotea tornou-se assim cooperadora salesiana. A obra foi iniciada em Sarrià em 1884.

Colaborou com o Pe. Rinaldi, Inspetor da Espanha, na realização de outras obras salesianas; e o futuro Reitor-Mor deu o seu testemunho sobre ela: “Ouvi repetir muitas vezes que ela prestava os serviços mais humildes aos doentes.

Em abril-maio de 1886, Dom Bosco encontrou-se com a santa benfeitora, mais do que nunca disposta a ajudá-lo. Depois da morte de Dom Bosco, Dona Dorotea iniciou três novas obras, entre as quais o colégio Santa Dorotea em Sarrià, entregue às FMA, para o qual empregou o dinheiro que reservara para a velhice.

Dom Bosco a chamava de “a nossa mãe de Barcelona”. Também Dorotea, como Mamãe Margarida, morreu pobre no dia 3 de abril de 1891. Está sepultada em Barcelona – Sarrià.

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