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05/01/2021Educação
Por Daylan Raquel Ribeiro dos Santos – Professora
Estudos comprovam que quanto mais se brinca, maior será o desenvolvimento das funções cerebrais, melhorando o desempenho na escola e no ambiente social. Este motivo faz com que o brincar não seja visto somente como uma mera ocupação sem objetivo, um simples passatempo, mas sim uma ferramenta indispensável à formação global das crianças, afinal é por meio da brincadeira que ela explora, conhece, vivência, aprende, interage consigo e com o mundo, enfrenta conflitos e expõe emoções, portanto, é de suma importância o brincar para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor das crianças.
Por meio da imaginação a criança pode desenvolver o papel que quiser, sendo possível representar um super-herói, desenho animado, fada, pai, mãe, boneco, animal, em outras palavras… ela pode ser o que a imaginação lhe permitir, além de aprender ludicamente pela troca de experiências e informações com seus pares.
Observação: brincadeira conectada com a realidade
Durante a atividade é possível observar que a criança permanece sempre conectada com a realidade, sendo que a mesma apresenta contextos do meio em que está inserida, ou seja, cada recurso lúdico desempenha um papel primordial no desenvolvimento integral da criança, possibilitando assumir determinados papéis conforme pensa e repensa em acontecimentos da sua realidade, concluindo que ao observarem a imitação do comportamento adulto é a forma com que eles identificam esse meio.
Quando brinca, há expressão social e emocional, oportunizando o desenvolvimento de habilidades e construções de aprendizados, certificando que este enlace socioemocional é considerado uma ação muito séria, onde suas escolhas são motivadas por suas vontades, inquietações, desejos e ansiedades vividas no contexto social e familiar.
Brincar faz parte da construção social
Construções de mundo são advindas das brincadeiras, onde a imaginação e o faz de conta viabilizam confrontar suas vivências, recompor emoções, remodelar regras, valores e compreender determinados fatos. Essas construções se dão de maneira positiva, pois são realizadas de forma espontânea e desinteressada, ou seja, aproveitam o momento sem se preocupar com o futuro.
Brincar é um direito!
Faz-se necessário evidenciar que o brincar é um direito da criança, além de ser caracterizado como uma necessidade básica da mesma. Um exemplo bem simplista da afirmação é levar uma criança a uma lanchonete e não dar a ela nenhum brinquedo. Enquanto aguarda, o tédio vai dando lugar à imaginação e à criatividade, em um certo momento a criança poderá pegar um guardanapo ou algo que esteja sobre a mesa para transformar em brinquedo. Essa perspectiva demonstra que o brincar desempenha uma ação fundamental no seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor.
Quando convidada para participar de uma brincadeira, a criança pode aceitar ou não. Essas decisões são fundamentais para desenvolver a capacidade de escolha, autonomia e responsabilidade nas suas próprias ações e decisões, colaborando para uma melhor internalização do mundo. A escolha dos amigos e também dos objetos acarretam na implantação de regras, amparando um planejamento mental de como será realizada a brincadeira, motivando a capacidade biológica e cognitiva.
Brincadeira: construção e produção
A criança está sempre em processo de construção e de produção, tudo promovido por meio do lúdico, da brincadeira, sendo assim, a diversão do brincar é uma atividade social que depende de regras de convivência.
Regras imaginárias também fazem parte do processo de construção e de produção. São discutidas e negociadas continuamente pelas crianças. Promove o desenvolvimento global e incentiva a interação entre os colegas.
Brincar não é simplesmente passar o tempo, é a oportunidade da criança externar seus sentimentos, pois seus pensamentos e conflitos são expostos à medida que se torna essencial criar sua autonomia e exprimir sua essência. É uma atividade onde a criança constrói e transforma seu mundo, estabelecendo uma relação com o meio onde vive e também com as pessoas que as cercam.
Criança precisa brincar consigo, com os pares e com os adultos. Faz-se necessário para fomentar a capacidade que ela tem de criar e de imaginar.