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O ano começou e com ele o anseio para que seja um momento bom a todos os envolvidos com nosso trabalho. Padre Marco Biaggi esteve presente na Formação de Colaboradores da Obra Social São João Bosco de Campinas e falou sobre a Estreia de 2024, com o tema “O Sonho que faz sonhar”, escrita pelo Reitor-Mor em comemoração aos 200 anos do sonho que Dom Bosco teve aos 9 anos de idade.
A Estreia é uma tradição salesiana que vem desde o tempo em que Dom Bosco enviava uma mensagem aos seus meninos e padres, com palavras que ele gostaria que guiassem o ano de todos os salesianos. Hoje, o Reitor-Mor – Padre Ángel Cardeal Fernández Artime -, envia essa mensagem a toda Família Salesiana, orientando o pensamento da comunidade educativo-pastoral nos 136 países em que os salesianos estão presentes.
O tema deste ano relembra o sonho que Dom Bosco teve aos 9 anos e que se repetiu algumas vezes em sua vida. Padre Biaggi instigou o pensamento dos presentes dizendo que o sonho de Dom Bosco foi o momento estratégico em que Deus se manifestou na vida do fundador dos Salesianos e, assim, Ele se manifesta de diferentes maneiras para diferentes pessoas. Sempre há um fato significativo que determina nossa existência.
O sonho de Dom Bosco define o campo de ação dos salesianos – os jovens -, e indica o objetivo da ação apostólica por meio da educação. Um sonho muito especial que foi sendo compreendido por Dom Bosco durante sua vida, esclarecendo a missão dos salesianos, o modo de agir, o jeito de educar e a maneira de ser.
Os jovens são protagonistas do sonho de Dom Bosco e, portanto, da vida dele. E cada palavra dita no sonho tocou profundamente o coração de nosso fundador e deu significado a seu trabalho para que fosse criado o Sistema Preventivo.
O sonho dos 9 anos
A esta idade, o pequeno Joãozinho Bosco teve um sonho que se repetiu algumas vezes em sua vida, mas de maneiras diferentes e ficou profundamente marcado em seu pensamento.
No sonho, João estava em um campo perto de sua casa, numa área bastante espaçosa, onde uma multidão de meninos brincavam. Alguns riam, outros divertiam-se, não poucos diziam palavras feias.
Ao ouvir as blasfêmias, João se lança no mio deles, tentando, com socos e palavras, fazê-los parar de falar. Nesse momento apareceu um homem, de aspecto varonil, nobremente vestido. Um manto branco cobria-lhe o corpo, mas seu rosto era tão luminoso que o pequeno João não conseguia olhá-lo.
O homem, então, chamou-o pelo nome e mandou que se pusesse à frente daqueles meninos.
– Não é com pancadas, João, mas com a mansidão e a caridade que deverás ganhar esses teus amigos. Põe-te imediatamente a instruí-los sobre a fealdade do pecado e a preciosidade da virtude.
Confuso e assustado, João Bosco disse ao homem que era um menino pobre e ignorante, incapaz de lhes falar de religião. Foi então aqueles meninos, parando de brigar, de gritar e blasfemar, juntaram-se ao redor do homem que estava a falar. Quase sem saber o que dizer, Dom Bosquinho exclamou:
– Quem sois vós que me ordenais coisas impossíveis?
– Justamente porque te parecem impossíveis, deves torná-las possíveis com a obediência e a aquisição da ciência.
– Onde, com que meios poderei adquirir a ciência?
– Eu te darei a mestra, sob cuja orientação poderás tornar-te sábio, e sem a qual toda sabedoria se converte em estultice.
– Mas quem sois vós que assim falais?
– Sou o filho daquela que tua mãe te ensinou a saudar três vezes ao dia.
– Minha mãe diz que sem sua licença não devo estar com gente que não conheço; dizei-me, pois, vosso nome.
– Pergunta-o a minha mãe
Nesse momento vi a seu lado uma senhora de aspecto majestoso, vestida de um manto todo resplandecente, como se cada uma de suas partes fosse fulgidíssima estrela. Percebendo o pequeno cada vez mais confuso em suas perguntas e respostas, a senhora acenou para que João se aproximasse e, tomando-me com bondade pela mão, disse:
– Olha.
Vi então que todos os meninos haviam fugido, e em lugar deles estava uma multidão de cabritos, cães, gatos, ursos e outros animais.
– Eis o teu campo, onde deves trabalhar. Torna-te humilde, forte, robusto; e o que agora vês acontecer a esses animais, deve fazê-lo aos meus filhos.
João torna a olhar, e em vez de animais ferozes apareceram mansos cordeirinhos que, saltitando e balindo, corriam ao redor daquele homem e daquela senhora, como a fazer-lhes festa.
Nesse ponto, sempre no sonho, Dom Bosco desata a chorar, e pede que lhe falem de maneira que pudesse compreender, porque não sabia o que significava tudo aquilo.
A senhora descansou a mão em sua cabeça, dizendo:
– A seu tempo tudo compreenderás.
Após essas palavras, um ruído acordou Joãozinho Bosco, e tudo desapareceu.
Por Mariana Ignacio – Jornalista e Comunicadora