Sábado – 2ª Semana da Quaresma
06/03/2015Palestra Aberta: Servir ao próximo, um Dom de Deus
11/03/2015- 1ª Leitura – (Êx 20,1-3.7-8.12-17)
- Salmo – Salmo 18
- 2ª Leitura – (1Cor 1,22-25)
- Evangelho – (Jo 2,13-25)
A comunidade reúne-se ao redor do templo religioso, símbolo de fé e unidade. À época de Jesus, o templo era o centro da vida religiosa dos judeus. Nós, cristãos, também adoramos o templo que rodeamos: nada menos do que o próprio Corpo do Senhor Jesus Cristo, em sua presença viva Eucarística.
Reflexão
Duas questões principais moram na liturgia de hoje: o desvirtuamento e a desobediência às leis e ao culto agradável a Deus, concretizados na capitalização da fé, através dos vendilhões do templo. A outra mensagem fecha o ensinamento de Cristo, em que fica evidente que o templo ao qual prestamos culto, ao redor do qual nos reunimos, não é outro, a não ser a Eucaristia – o Corpo de Jesus Cristo Ressuscitado.
A primeira mensagem é introduzida pela 1ª Leitura, na qual os judeus recebem o primeiro sistema de leis daquele povo, um dos mais antigos da história da humanidade. Os 10 Mandamentos constituem a base para toda a conduta do seguidor de Deus e não é negada por Cristo. Em uma sociedade seminômade dos judeus antigos, o grau de sofisticação cultural das leis é notório e funcionava como uma Carta Magna, régia e soberana de todos os filhos de Israel.
Mais tarde, novas leis foram adicionadas, como aquelas encontradas no livro dos Números e do Levítico, e outras do próprio livro do Êxodo.
Justamente a 1ª Leitura dialoga com a expulsão dos vendedores, por Jesus, centralizado na frase : “O zelo por tua casa me consumirá”.
Cristo, sendo Deus, amplia nossa compreensão das leis, expande os detalhes, muitas vezes humanos da lei. Esta evolução é bem relatada por Paulo, aos coríntios, ao evidenciar que o centro da fé cristã é a cruz. Aqui, o diálogo ocorre entre Paulo e a parte em que Jesus faz referência clara à sua Ressurreição. Ora, o Templo que cultuamos é a Eucaristia. Não há sentido para templos físicos, sem a presença Eucarística. Por este motivo, todo o templo católico guarda, em seu interior, o Santíssimo Sacramento, pois é sua presença que torna aquele lugar casa de oração, e não sua edificação, e beleza.
Aqui é importante notar: não é dito que o Templo não é importante, mas que não é o principal. Observe que, em novembro, a Igreja comemora, no dia 9, a Festa de Dedicação da Basílica de Latrão, a catedral de Roma, sede de toda a Igreja. Isso quer dizer que festejamos, muito mais do que o prédio basilical; nós festejamos a unidade da Igreja em torno do Cristo vivo.
Na Quaresma, o mesmo Evangelho da Festa de Dedicação de Latrão é utilizado, mas de modo a preparar-nos para a Páscoa, promovendo a conversão e a melhoria das práticas ruins aos olhos de Deus.
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- 1ª Leitura – (Êx 20,1-3.7-8.12-17)
- Salmo – Salmo 18
- 2ª Leitura – (1Cor 1,22-25)
- Evangelho – (Jo 2,13-25)
1ª Leitura
Naqueles dias, 1Deus pronunciou todas estas palavras:
2“Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou do Egito, da casa da escravidão.
3Não terás outros deuses além de mim.
7Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não deixará sem castigo quem pronunciar seu nome em vão.
8Lembra-te de santificar o dia de sábado.
12Honra teu pai e tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dará.
13Não matarás.
14Não cometerás adultério.
15Não furtarás.
16Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo.
17Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença”.
Salmo
— Senhor, tens palavras de vida eterna.
— A lei do Senhor Deus é perfeita,/ conforto para a alma!/ O testemunho do Senhor é fiel,/ sabedoria dos humildes.
— Os preceitos do Senhor são precisos,/ alegria ao coração./ O mandamento do Senhor é brilhante,/ para os olhos é uma luz.
— É puro o temor do Senhor,/ imutável para sempre./ Os julgamentos do Senhor são corretos/ e justos igualmente.
— Mais desejáveis do que o ouro são eles,/ do que o ouro refinado./ Suas palavras são mais doces que o mel,/ que o mel que sai dos favos.
2ª Leitura
Irmãos: 22Os judeus pedem sinais milagrosos, os gregos procuram sabedoria; 23nós, porém, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e insensatez para os pagãos.
24Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, esse Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus.
25Pois o que é dito insensatez de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é dito fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Evangelho
13Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 14No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isso daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!”
17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”.
18Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?”
19Ele respondeu: “Destruí este Templo, e em três dias eu o levantarei”.
20Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?”
21Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.
23Jesus estava em Jerusalém durante a festa da Páscoa. Vendo os sinais que realizava, muitos creram no seu nome. 24Mas Jesus não lhes dava crédito, pois ele conhecia a todos; 25e não precisava do testemunho de ninguém acerca do ser humano, porque ele conhecia o homem por dentro.