Pe. Cafasso, diretor espiritual de Dom Bosco no Colégio Eclesiástico, era conhecido por ser o “padre da forca”, pois ele ia constantemente às prisões de Turim a fim de consolar os detentos. Se algum destes era condenado à morte, Pe. Cafasso o acompanhava, confortando-o, até o local do suplício.
Ao partir para uma destas costumeiras visitas, um dia Pe. Cafasso convida Dom Bosco para acompanhá-lo. A primeira impressão da prisão, para Dom Bosco, foi terrível: corredores obscuros, paredes negras e úmidas, aspecto triste e esquálido dos detentos; tudo isso perturba-o profundamente. Tem repugnância e sensação de sufoco. Mas o que lhe causa dor ainda maior é a vista de rapazes atrás das grades. Dom Bosco assim nos relata sobre esta experiência: “Ver grande número de rapazes, dos 12 aos 19 anos, todos sãos, robustos, de talento vivaz, vê-los ali, inoperantes, picados pelos insetos, carentes de pão espiritual e material, foi coisa que me fez ficar horrorizado. Porém aquilo que mais me impressionava era que muitos ao sair estavam dispostos a levar vida diversa, melhor, mas, depois de pouco tempo, acabavam de novo lá mesmo”.
Dom Bosco descobriu que muitos voltavam àquele lugar porque estão abandonados a si mesmos. Não tinham família ou, o que é pior, eram rejeitados pelos parentes em razão de que a cadeia “os desonrara para sempre”. Concluiu o jovem padre: “Quem sabe se tivessem lá fora um amigo que cuidasse deles, lhes desse assistência, os instruísse, os levasse à igreja nos dias festivos. Nesse caso, não retornariam às prisões”.
Saindo da cadeia, Dom Bosco toma uma resolução inabalável, qual seja, o de impedir, a todo custo, que rapazes tão jovens acabem nas prisões. Dom Bosco queria ser o salvador desta juventude.
Tão logo encontrou-se com Pe. Cafasso, lhe comunicou esta decisão. Recebendo o conselho de seu diretor espiritual, começou a estudar um modo de transformá-la em realidade.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio