“Ação na Igreja não se mede pelo cargo”
25/11/2016Divórcios caem e guarda compartilhada de filhos cresce
25/11/2016Iniciamos o Advento, mais do que a gestante espera o nascimento de seu bebê. A vinda à luz de nova criança é corriqueira, mas é especial para a família que a acolhe. No entanto, o nascimento entre nós do Menino-Deus é diferente e fato inusitado na história da humanidade. Trata-se do Salvador.
A história humana, considerada na visão puramente horizontal ou social, é uma sucessão de atividades sem sentido, assumindo-se o humano por ele mesmo e finalizando em seus limites. No entanto, o ser humano não se contenta em ser confinado nos próprios limites. Tem sede de infinito. Só o material, e percebido pelos sentidos, não sacia tal sede. Aliás, o Criador inocula na consciência de cada ser humano, com uso normal da razão, a vontade de se encontrar com Ele. Tal encontro é o coroamento da realização plena do humano. Como sozinho o ser humano não é capaz de ir ao encontro do divino, Deus vem a seu encontro de forma humana, na pessoa do Emanuel. Por isso, recebê-lo torna possível nosso abraço ao Criador.
Esse tempo de preparação para o abraço de Deus-humanizado à humanidade não é conhecido por todos. Quem tem o dom da fé cristã é encarregado de mostrar aos outros que é possível ter esperança na humanidade feliz. Na abertura de si ao transcendente, que vem à nossa história, cada um de nós pode viver na certeza de sua real possibilidade de vida de sentido e realizadora. O esperado das nações vem ensinar-nos a fazer deste planeta uma terra com superação dos males. Para isso, é preciso seguir o exemplo da criança que vem e nos ensina a sermos também crianças na sinceridade, na abertura à aceitação do outro, na colaboração para darmos de nós para a promoção da vida digna de todos, na corresponsabilidade em tirarmos as causas das desavenças, dos mecanismos de morte, da droga, do desrespeito aos mais frágeis…
A preparação para a aceitação daquele que está para chegar no Natal, deixa-nos vigilantes e faz-nos limpar a consciência de toda maldade e egoísmo. Leva-nos a sermos mais compreensivos, solidários, dialogais e compassivos. A oração pessoal, em família e comunidade, dá-nos força espiritual para aceitarmos a transformação de nosso coração e de nossas atitudes, trazida pelo Deus-conosco. Para isso, a novena do Natal é um subsídio rico e facilitador. Preparamo-nos com nossa penitência para juntarmos nossa generosa oferta a darmos em nossa comunidade, no 3.o fim de semana do Advento, para colaborarmos com a evangelização.
Vem, Senhor Jesus!
Por Dom José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG)