A grande celebração da Família Franciscana
01/08/20174ª-feira da 17ª Semana do Tempo Comum
02/08/2017Estamos no mês de agosto, tempo em que a Igreja no Brasil celebra as vocações. Veremos, ao longo desses dias, que a liturgia tratará, em cada semana, uma vocação, o despertar e a reflexão sobre os chamados ao sacerdócio, ao matrimônio, à vida religiosa e ao leigo consagrado respectivamente.
Deus capacita o escolhido
A palavra “vocação” significa “chamado”, o que denota uma ação de alguém que chama e alguém que é chamado. Toda vocação sempre é iniciativa de Deus. “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15,16). O Senhor não só recruta como também capacita seu escolhido. “Não deverás temê-los, porque estarei contigo para livrar-te; Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios” (Jr 1,8-9).
O vocacionado é, então, alguém escolhido por Deus, que porta um carisma, uma graça particular; é um agente do sobrenatural, aquele que traz em si algo específico para uma localidade e um tempo. Mas todos esses dons e a eficácia sobrenatural estarão submetidos à humanidade dessa pessoa, ou seja, aos seus traços e habilidades naturais e psicológicos. (cf. Rm 1,20). O dom sobrenatural supera a humanidade, mas o jeito, o temperamento, as habilidades naturais, o conhecimento e a inteligência da pessoa são as bases de suporte para sua missão.
Fundamento da vocação
Por isso, é muito importante que, no processo de reconhecer-se em sua humanidade e com os atributos que o Altíssimo lhe deu, vá também desvendando o motivo para o qual Deus a chamou, onde e no que o Senhor quer que ele desenvolva seus talentos. Qual é o fundamento de sua vocação? Para entendermos melhor, tomamos o exemplo do apóstolo Paulo, do nível de entendimento e profundidade que tinha a respeito de si e de sua missão. Ele cita quatro pontos que também precisamos saber. Em Rm 15,16-20 vemos:
Identidade – Quem ele é sob a óptica de Deus: “Ministro de Jesus Cristo entre os pagãos, exercendo a função sagrada do Evangelho de Deus”. Este é o primeiro chamado.
Finalidade da sua missão: “Levar os pagãos a aceitarem o Evangelho pela Palavra e pela ação”.
Forma que se desenvolverá sua missão: “Pelo poder dos milagres e prodígios, pela virtude do Espírito, de maneira que tenho divulgado o Evangelho de Cristo”.
Quais são os dons e habilidades que o Senhor infundiu nele para desempenhar a missão?
Campo de atuação: “Desde Jerusalém e suas terras vizinhas, tendo o cuidado de anunciar o Evangelho somente onde o Cristo ainda não era conhecido”.
Deus tem o melhor
Todos esses pontos vão sendo revelados conforme nos colocamos a caminho, pois ser vocacionado requer que se dê um sim diariamente. Paulo foi percebendo, aos poucos, essas características nos fatos de sua vida e ministério. Talvez não estejamos ainda preparados para saber de pronto tudo o que virá, mas, com certeza, Deus tem o melhor para nós. (cf. Rm 8,28). Nisso ficamos dependentes do amor do Altíssimo. O maior interessado em fazer cumprir uma vocação é o próprio Senhor, e Ele revelará tudo a Seu tempo: “Porque o Senhor Javé nada faz sem revelar seu segredo aos profetas, seus servos” (cf. Am 3,7).
Muitos daqueles que foram chamados até se assustaram num primeiro momento, indagando: “Como acontecerá isso?” (Lc 1,34); outros alegaram “não sei falar” (Jr 1,6) ou “tenho a boca e a língua pesadas” (Ex 4,10), ainda “eu não passo de um adolescente” (I Rs 3,7), prova que, nessa hora, o importante é corresponder e acreditar que Deus proverá.
A vocação é uma iniciativa de Deus
É na iniciativa de Deus, nas Suas Palavras, ações e na história pessoal que identificamos o carisma, o chamado e tudo o que comportará a missão. Ainda que esses pontos devam ser refletidos não somente pela pessoa – ser individual –, toda instituição, paróquia, grupo de oração, congregação e comunidade também possuem um específico.
Leia os fatos e siga seu coração! Boa missão e que Deus o abençoe!
Por Sandro Arquejada