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24/04/2018O QUE OFERECER AO JOVEM DE FATO???
Por S. Magno Fonzar, SDB
Vivemos em uma sociedade marcada pela “Cultura Jovem”. De modo que ser jovem hoje não se refere somente à idade, mas a um modo de ser e agir (bem como, a um modo de consumir). Todos nós amamos uma novidade e vibramos com a agilidade das coisas. Mães são “assíduas no CandyCrush” e pais “curtem tirar selfies”.
Diante disso nos perguntamos: em tempos de “Cultura Jovem”, porque ainda temos dificuldades em lidar com os jovens de fato?!
Bem, precisamos falar das chamadas juventudes! Primeiro a juventude ideal, que é aquela estampada nas mídias mais diversas: revistas, outdoors e comerciais de todo tipo. Essa juventude propaganda, aquela que salta aos olhos e que encanta, é a juventude futuro, de altas e novas conquistas. É também – vale dizer – a juventude produto, o conceito mais lucrativo ao comércio: pois, ao se vender o que é jovem, vende-se o que é futuro já hoje.
Agora, num segundo momento, recordemos a juventude real. Essa costuma ficar longe de outdoors, mas tem seu lugar garantido em muitas revistas e jornais. É a juventude notícia: do desinteresse, quando não já cedida ao fracasso. Infelizmente, é verdade que muitos jovens vivem entregues ao tráfico, ao roubo. Mas, seu número está, por bem, muito longe de caracterizar a juventude como um todo.
Vale aqui constar que o termo juventude “real” é usado justamente como contraponto ao “ideal”. Antes porque o “real” tem seu respaldo, ou seja, é dado como verdade “inquestionável” porque é notícia, está no jornal. Depois, porque precisamente vem confirmar o ideal como alternativa cada vez mais desejada (ou consumida).
Pois bem, entre a juventude ideal e real, está a juventude de fato. O jovem que existe para além desses extremos e que vive em crise nesse paradoxo: das expectativas e dos descréditos. Ao mesmo tempo que tanto se espera da juventude, fecham-lhe as portas para muitas oportunidades.
Portanto, é mais que urgente olharmos o jovem de fato. O jovem pessoal, aquele com quem convivemos dia a dia, não conceitual, que se coloca a nossa frente e que precisa e mesmo tem direito à nossa acolhida e ajuda nesse momento crucial de sua vida.
Em nossos ambientes paroquiais é indispensável o encontro e o diálogo com o jovem distante dos preconceitos (ideais e reais), para que ele sinta e saiba que é Igreja. Afinal: é ele o hoje e o amanhã na Igreja, como lembra Francisco.
Assim, acolhamos o jovem de fato, por meio da escuta, compreensão, auxílio e amor. Pois, “o que mais tem necessidade um grande número de jovens hoje não é tanto encontrar adultos que lhe ofereçam ajuda, quanto adultos capazes de dizer: tenho necessidade de você” (Petitclerc).