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08/05/2018121º Encontro do OVISA
08/05/2018A expressão “combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” foi dita por Paulo, perto do final de sua vida. Ele estava reconhecendo uma vida bem vivida ao serviço de Deus. Paulo esperava ansiosamente a recompensa no Céu, que aguarda todos que amam Jesus. Muitos de nossos paroquianos, sentem-se amados por Deus e gastam toda sua vida pelo bem dos menos favorecidos e com certeza esperam o mesmo reconhecimento que Paulo.
Hoje apresento a comunidade a história de nossa irmã Maria Amélia que foi um ícone em nossa comunidade. Nasceu em 31 de julho de 1946, estava casada e teve um casal de filhos. Realmente uma vida entregue a família, a Igreja e aos Pobres. Teve um longa presença na Pastoral da Saúde da Paroquia Nossa Senhora Auxiliadora, servindo como ministra e outras pastorais. Ela sempre teve compaixão por aqueles que conviviam com ela. Batalhadora durante toda a sua vida e em especial no final dela quando teve que lugar contra um câncer violento. No auge dos seus 71 anos soube valorizar o amor de Deus em especial aqueles que estavam ao seu redor. E no dia 11/04/2018 partiu para as glorias de Deus.
“Algo que ficou profundamente gravado em meu coração foi, que ao chegar em sua casa para dar-lhe a Eucaristia e a Unção dos Enfermos, a única coisa que lhe preocupava era se o café e o bolo estavam prontos, pois queria tratar bem sua visita” dizia o Pároco, Pe. Vinicius, ao visita-la alguns dias antes de seu falecimento.
Podemos concluir, que a frase de Paulo acima citada, resume tudo o que ela tinha vivido. Alguns testemunhos ficam gravados para cativar nossas vidas e mostrar a ação de Deus na vida desta irmã.
Deus seja louvado, hoje e sempre!
Palavras escritas por sua filha Beatriz por ocasião da missa de 7º dia:
Campinas, 10 de abril de 2018
Gostaria de agradecer a todos os amigos, familiares, integrantes da pastoral da saúde e do Apostolado da Oração, ao pároco Pe. Vinicius por todo carinho e atenção que fora dedicados a minha mãe, Maria Amélia, que tanto amava o trabalho com os enfermos e idosos que desempenhava aqui nessa paroquia.
Aproveito a oportunidade para dizer algo sobre a Maria Amélia. Sou suspeita por ser filha, mas pensei que não poderia deixar passar a ocasião de registrar um testemunho cristão. Gostaria de comentar duas frases, que, a meu ver, são capazes de descreve-la perfeitamente: 1) A grandeza de Deus convivi com o que é normal e corriqueiro; 2) A verdadeira virtude não é antipática, mas amavelmente alegre (Caminho, 657)
Sem fazer barulho, ou chamar a atenção ela se dedicou com constância aos doentes e idosos. Quando não poderia mais andar por causa da doença, recebia muitos telefonemas de pessoas que eram por ela assistidas e, que, nós da família, nem sabíamos que existiam… lembro-me de uma vez, que sua maior chateação foi não poder ir à festa do asilo que ela costumava organizar todo final de ano. Não economizava sorrisos e atenções a quem ia vê-la nos últimos tempos. Somente se preocupava se sua visita tinha fome, sede, se queria descansar e não me recordo de vê-la reclamando de suas dores: por vezes dizia que iria melhorar e outras que estava bem. Já entubada, quando me aproximei dela na UTI e a chamei: ela abriu os olhos, deu um sorriso e só depois os fechou…
Sua fé permaneceu inabalável e operativa: rezava com frequências o terço, ficava feliz por poder comungar as quartas e domingos e algumas horas antes, no dia em que foi internada quando já tinha dificuldade de interagir, rezou o pai nosso e todo o terço da misericórdia. Quando fez radioterapia, no início do tratamento, sua memória foi prejudicada, mas ainda assim ela não esqueceu nenhuma das orações que rezava diariamente.
Ao vê-la no hospital um pouco antes de seu falecimento, observei escarras, inchaços, feridas na pele, o cabelo ralo e então pensei que ela foi capaz de entregar tudo e entregar-se com naturalidade e alegria de alguém que amou e por isso confiou em Jesus Cristo. E é essa imagem de uma pessoa amável, normal e de fé operativa que guardaremos da Maria Amélia.