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13/08/2018
Hoje a paternidade física se faz até com bebê de proveta. Mas, ser pai é mais do que gerar filho na ordem natural, mesmo com a transmissão ideal da vida realizada com o casamento planejado e preparado. Este tem a perspectiva vocacional da união do amor humano com o divino. Assim, cria-se a condição de os filhos desenvolverem a afetividade na aceitação de si e dos outros mais harmonicamente.
Se o pai olhar o Pai de todos e se inspirar na paternidade divina, assumirá a responsabilidade de transmitir a vida e alimentá-la com a ternura, a afeição, a boa educação e a cooperação com a formação do bom caráter dos filhos. Isso se dá com seu exemplo de cidadão que vive os valores humanos da honestidade, verdade, ética, moral e perseverança na promoção do bem ao semelhante.
Como é bom os filhos terem pais que realmente os amam e sempre os orientam para serem pessoas que colocam as virtudes humanas acima de qualquer valor material! A formação da conduta para a vida em sociedade faz com que o pai inocule na consciência dos filhos a grandeza de tudo fazer para o serviço ao bem do semelhante, preparando-se, intelectual e moralmente para a prática da solidariedade, a exemplo do Filho de Deus Pai.
Ao mesmo tempo, os filhos aprendem a ter compaixão e misericórdia para quem vive na fragilidade dos próprios limites e na exclusão social. Assim, terão também compaixão pelos limites da pessoa humana do pai. Essa conduta é alimentada por Deus e repassada pelos filhos, que aprendem do bom pai a serem compassivos e colaboradores com quem vive em dificuldades.
A vocação para a paternidade responsável é ensinada e promovida aos filhos, que também saberão viver a vocação de resposta a Deus para o exercício da paternidade feliz.
O Pai Deus não deixa faltar aos filhos humanos o pão da vida, que é promovida na terra por todos os que aprenderam a ser verdadeiros pais que ensinam aos filhos a partilha e a solidariedade. Assim, não faltará, nem mesmo o pão material para todos. A natureza, criada por Deus oferece os meios de subsistência para toda a humanidade. Mas precisam ser usados e repartidos com justiça misericordiosa e verdadeira fraternidade. Precisamos formar mais o pai humano para treinar os filhos a serem verdadeiramente humanos e fraternos. A caminhada terrestre seria boa e justa para todos. Ninguém passaria necessidade material, psicológica, moral e espiritual. Quem segue o Filho Jesus, seria filha ou filho amoroso, que pensaria em tratar bem o semelhante, dando, cada um de si, para o bem do outro! Assim, todo pai humano seria feliz e deveria ser, porque todos os filhos também o seriam!
Por Dom José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG) – Via CNBB