Irmãs budistas e cristãs em diálogo: “A nossa língua é o amor”
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29/10/2018Durante homilia desta sexta-feira, 26, Francisco recordou que São Paulo dirigiu aos cristãos um verdadeiro hino à unidade quando estava na prisão.
A paz passa pela humildade, a doçura e a magnanimidade, foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã desta sexta-feira, 26, na capela da Casa Santa Marta. Refletindo sobre a Primeira Leitura, extraída da Carta de São Paulo aos Efésios, Francisco recordou que Paulo dirigiu aos cristãos um verdadeiro hino à unidade quando estava na prisão, evocando a dignidade de sua vocação.
O próprio Jesus, destacou o Papa, antes de morrer, na Última Ceia, pediu ao Pai a graça da unidade para todos e mesmo assim, constatou Francisco, a humanidade está acostumada a respirar o ar dos conflitos. “Todos os dias, na TV e nos jornais, se fala de conflitos, um atrás do outro, de guerras, sem paz, sem unidade. Não obstante se façam pactos para deter qualquer tipo de conflito, pois esses mesmos acordos não são respeitados. Deste modo, a corrida armamentista, a preparação às guerras, à destruição, avança”, constatou.
Para o Pontífice, as instituições mundiais criadas com a melhor vontade de ajudar a unidade da humanidade, a paz, hoje sentem-se incapazes de encontrar um acordo diante de vetos e interesses. “Enquanto isso, as crianças não têm o que comer, não vão à escola, não são educadas, não há hospitais porque a guerra destrói tudo. Temos uma tendência à destruição, à guerra, à desunião. É a tendência que semeia no nosso coração o inimigo, o destruidor da humanidade: o diabo”, declarou.
Segundo o Santo Padre, Paulo ensina aos cristãos o caminho rumo à unidade. “Ele diz: ‘A unidade está coberta, está ‘blindada’ com o vínculo da paz’. A paz leva à unidade”, afirmou o Pontífice. “Eis então o chamado a um comportamento digno do chamado recebido, com toda humildade, doçura e magnanimidade. Para fazer a paz, a unidade entre nós, humildade, doçura – nós que estamos acostumados a nos insultar, a gritar… doçura – e magnanimidade”, exortou.
“Mas é possível fazer a paz no mundo com essas três pequenas coisas?”, questionou Francisco, que respondeu: “Sim, é o caminho”. De acordo com o Pontífice, Paulo é prático, e aconselha: ‘Suportai-vos uns aos outros no amor’. Francisco citou a distância existente muitas vezes entre os membros de uma mesma família, e destacou que o diabo fica feliz com isso, pois é o início da guerra. “O conselho é então suportar, porque todos nós causamos incômodo, impaciência, porque todos nós somos pecadores, todos temos os nossos defeitos”, frisou.
São Paulo recomenda preservar a unidade do espírito por meio do vínculo da paz, apontou o Santo Padre. A frase do santo, foi certamente sob a inspiração das palavras de Jesus na Última Ceia, afirmou Francisco – ‘Um só corpo e um só espírito’. Para o Pontífice, Paulo faz com que os cristãos vejam o horizonte da paz, com Deus; assim como Jesus fez ver o horizonte da paz na oração: “‘Pai, que sejam um, como eu e Ti’. A unidade’”.
Francisco recordou ainda que no Evangelho de Lucas, proclamado hoje, Jesus aconselha a encontrar um acordo com os adversários. O Pontífice comentou ser um belo conselho, e afirmou não ser difícil encontrar um acordo no início do conflito.
“O conselho de Jesus: entre num acordo no início, fazer as pazes no início: esta é humildade, isso é doçura, isso é magnanimidade. Pode-se construir a paz em todo o mundo com essas três pequenas coisas, porque essas atitudes são as atitudes de Jesus: humilde, manso, perdoa tudo. O mundo hoje necessita de paz, as nossas famílias necessitam de paz, a nossa sociedade necessita de paz. Vamos começar em casa a praticar essas coisas simples: magnanimidade, doçura e humildade. Vamos avante nesta estrada: de fazer sempre a unidade, consolidar a unidade. Que o Senhor nos ajude neste caminho”, finalizou.
Via Canção Nova