Cardeal Sergio da Rocha: “Uma das principais exigências da espiritualidade quaresmal é a fraternidade”
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08/03/2019
“Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mt 26,41).
Filhos e filhas, começo com essa passagem bíblica que nos inspira ao apelo da Quaresma de 2019. Todos já o sabem que esse ano começou muito difícil. Toda a sociedade sofreu com tantas perdas e violência, mas para mim, filhos e filhas, em particular, 2019 não iniciou com facilidade.
Posso relatar vários acontecimentos comigo, mas os principais foram o ataque de rato e, nessa semana ainda, o box do banheiro estourou e me cortei todo. Exponho isso não para me fazer de vítima, mas para chamar sua atenção, pelo Papa, pela Igreja como um todo, mas também particular. Reze pela sua Diocese, pela sua paróquia, pela sua vida.
Não à toa estamos em uma empreitada de oração pedindo proteção e libertação do mal, sob a intercessão de Nossa Senhora Augusta Rainha e São Miguel Arcanjo, Príncipe Guerreiro.
Entregue a nós por Jesus, aos pés da Cruz, para ser nossa mãe, Maria nos defende no combate contra o Inimigo. Nas palavras do Padre Gabriele Amorth:
“O Diabo tem medo de Nossa Senhora, porque ela é uma criatura nascida sem pecado, humilde e obediente a Deus desde sempre. Uma vez eu perguntei ao Diabo: ‘Por que você se sobressalta mais quando invoco a Virgem Maria do que quando invoco Jesus?’ E a resposta dele: ‘Porque me humilha mais ser derrotado por uma criatura humana do que ser derrotado por Ele [por Jesus].’”
Padre Amorth chega a atestar alhures que, envolto no manto de Maria, cada um pode responder às ameaças do Diabo.
São Miguel é citado como provedor de socorro nos combates (cf. Dn 10, 13.22). O profeta, por sua vez, intitula-o como o grande príncipe protetor dos judeus (cf. Dn 12, 1). Já o título de Arcanjo lhe foi conferido na Carta de São Judas, na passagem referente à sua luta contra Satanás, em que, para repreendê-lo, não se vale de seu próprio poder nem de palavras ofensivas, mas apenas pronuncia a sentença: “Que o Senhor o condene” (Jd 1, 9). Por fim, também é mencionado no Livro do Apocalipse a propósito da grande batalha travada contra o Dragão, da qual ele e os demais anjos saíram vitoriosos (cf. Ap 12, 7-8).
O exemplo de devoção do Arcanjo Miguel é muito significativo. Ele é representado com a espada desembainhada na mão direita, em posição de combate, e com uma balança na mão esquerda, a qual nos lembra a justiça e o Juízo Final. Por fim, seus pés são retratados pisando a cabeça de Satanás, o Inimigo de Deus e da Igreja. É apenas uma imagem, mas quem dera tivéssemos a coragem de dizer: “São Miguel, põe teu pé de Arcanjo sobre o homem velho que há dentro de mim, o homem mesquinho. Põe teu pé nas minhas intenções erradas, no meu pensar equivocado. Coloca teu pé sobre os inimigos da minha família e amassa a cabeça do Inimigo que tenta a minha vida…”.
Por Pe. Reginaldo Manzotti, via Aleteia