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Quando fazemos planos para o futuro e desejamos, para nós e para aqueles que amamos, muitas coisas boas para vivermos nos próximos dias, nem passa pela nossa mente que, em um daqueles dias, nós ou alguém próximo a nós poderá morrer. Isso porque a morte é um tabu para a sociedade moderna, e sempre diz respeito aos outros, é algo distante, não queremos pensar nela, muito menos falar sobre ela.
Pensando nessa realidade da irmã morte, como dizia São Francisco de Assis, quero partilhar o ensino que tive com a morte, em 2016, de cinco pessoas que eu amava: minha alegre Tia Laura (julho); o humilde Zezinho da Canção Nova (agosto); uma das minhas mães espirituais, a Delizete (agosto); a Aline, uma mulher de valor, que faleceu com apenas 33 anos (outubro); e a minha caridosa prima Bete (dezembro). Como foi bom ter podido expressar o meu amor por eles!
Não deixe para depois os abraços, sorrisos e gestos de amor, porque pode ser tarde
Eram parentes e amigos antigos, exceto uma, a Aline, que conheci só há um ano e meio, mas foi o suficiente para sermos muito amigas, pois, como disse Santa Catarina de Sena, “a amizade, cuja fonte é Deus, nunca se esgota”. A minha amizade com a Aline foi por pouco tempo, mas com muita manifestação de amor.
“Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro. Amigo fiel é bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, orienta bem sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo” (Ecl 6,14-17).
Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de escrever o livro ‘Mulher de Valor’, e à Editora Canção Nova por tê-lo publicado, pois ele foi o motivo do nosso primeiro encontro. A partir daquele dia, cada encontro nosso era um marco, nós nos despedíamos com o gosto de quero mais estar na sua presença. Falar de Deus, dos nossos sonhos e da nossa missão de resgatar os valores da “mulher de valor” era tão radiante e motivador, que nem víamos a hora passar.
Tesouros
“Uma mulher de valor, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. (Prov 31,10)” Obrigada, Senhor, por eu ter conhecido a Aline, uma mulher de valor! Encontrar uma amiga como ela é como encontrar um tesouro cheio de pérolas.
No nosso último Chá da Tarde, uma semana antes da sua morte, vivemos nossas últimas expressões de amor, última oração, último Terço da Misericórdia, e rezado juntas. No último abraço, mesmo sem saber, ficou mais uma vez a certeza de que o amor de Jesus Misericordioso havia unido duas apóstolas da Misericórdia para uma mesma missão: resgatar almas para Deus, sobretudo, as almas femininas.
Não permitamos que a falta de tempo, a distância, o ressentimento ou o dinheiro sejam impedimentos para a manifestação do amor. Não deixemos de manifestar o amor! Vamos escolher amar todos os dias?
Por Marina Adamo, via Canção Nova