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31/01/2020Assim como em nossa vida profissional e afetiva, a maturidade é importante também na vida espiritual. A maturidade de fé é colocada de forma muito frequente nos escritos de São Paulo. Ele próprio passou de infantil, imaturo na fé, para um maduro na fé. Jeremias também passou por esse processo, de espiritualidade infantil, para uma maturidade na fé. E, a Bíblia está repleta de exemplos.
Não podemos achar que já estamos prontos e nos colocarmos numa atitude imutável. Frases como: “Eu fui sempre assim, eu não mudo”, ou “Desde criança sou assim e na minha idade já não há muito que mudar” estão erradas. O itinerário e a maturidade cristã são etapas próprias da virtude da prudência que é fruto da maturidade psíquica, afetiva, física e espiritual.
Uma pessoa madura na fé, que constitui maturidade na vida cristã, consegue integrar, consegue trabalhar a sua vida psíquica, afetiva, emocional, social, e espiritual. Negar um desses aspectos é forjar uma falsa maturidade.
Existem pessoas que carregam neuroses afetivas, por exemplo: de um pai de uma mãe que marcaram negativamente e causaram traumas. Se essa neurose não curada é transferida para a religião, é transferida para Deus, essa neurose que é afetiva, se torna uma neurose espiritual. A neurose que é transferida para Deus acaba gerando uma imagem distorcida do Deus verdadeiro para um Deus punitivo, vingativo ou justiceiro.
Pessoas fanáticas são exemplo de uma neurose espiritual. Pessoas que não conseguem conviver em paz dentro de um ambiente religioso. Pessoas que não conseguem somar numa pastoral podem sofrer de neurose espiritual.
Há pessoas que são excelentes trabalhando sozinhas. Capazes de levar um caminhão carregado de toras, mas se pedirmos que carreguem junto com os demais, não sabem dividir o peso. Essas características que herdamos, traumas que trazemos são obstáculos para a maturidade da fé.
Um dos elementos da maturidade da espiritualidade é colocar a razão sobre a paixão. O texto da Carta aos Efésios nos ajudará a entender. São Paulo fala:
“Até que todos nós cheguemos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homens feitos, de acordo com a idade madura da plenitude de Cristo a estatura da maturidade de Cristo” (Ef 4,13).
Portanto, a meta de todo o cristão é chegar à maturidade da pessoa em Cristo.
A força dinâmica e o amadurecimento da vida espiritual estão na Primeira Carta aos Tessalonicenses:
“Com efeito, diante de Deus, nosso Pai, pensamos continuamente nas obras de vossa fé, nos sacrifícios de vossa caridade e na firmeza de vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, sob o olhar de Deus, nosso Pai” (1Tes 1,3).
Temos neste trecho palavras importantes: maturidade espiritual e obras de fé. Quem é maduro transforma a fé em obras. A fé descomprometida é uma fé mágica, supersticiosa e a superstição é sinal de imaturidade.
Por Pe. Reginaldo Manzotti, via Aleteia