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Deus, a todo instante, tem o melhor para cada um de nós, pois Sua providência sempre atua em nossa vida no momento certo e da forma correta, já que não é o acaso ou a sorte que nos conduz, mas o próprio Deus com Sua infinita providência. Assim, ao pensarmos a Divina Providência, devemos estendê-la para todas as questões da vida e não somente a material.
Com a certeza de que Deus cuida de cada um de nós e nos orienta, precisamos, nos dias de hoje, acreditar que para tudo há um jeito, mesmo que as circunstâncias indiquem o contrário, porque, para quem crê, sempre é tempo de esperar confiante e viver da providência, permanecer na presença do Senhor e caminhar conforme Sua vontade e sabedoria.
A realização do projeto de Deus
A realização do projeto de Deus é a “Divina Providência”, que age na criação e na vida de todo ser humano. O Catecismo da Igreja Católica diz que “a criação tem sua bondade e perfeição próprias, mas não saiu completamente acabada das mãos do Criador. Ela é criada em estado de caminhada para uma perfeição última a ser ainda atingida, para a qual Deus a destinou. Chamamos de Divina Providência as disposições pelas quais Deus conduz sua criação para esta perfeição” (CIC. n.302).
Deus cria e cuida da Sua criação, portanto, nunca nos abandona ao acaso. Sua providência rege todas as coisas sem interferir na nossa liberdade, ela é um caminho de perfeição no qual todo ser humano pode contar com a graça constante e fortalecedora do Senhor.
Assim, cabe a nós lembrarmos do primado de Deus e seu senhorio absoluto sobre a história e o mundo, principalmente em nossa vida, para que possamos nos educar na confiança n’Ele, na Sua providência amorosa e zelosa, que não é acaso nem sorte.
A providência em nossa vida
A Divina Providência não é só uma teoria ou abstração, ela é real, atuante e eficaz no homem e no mundo. Nisso, é preciso destacar uma verdade digna de ser observada, que é a seguinte: “Tirada do nada pelo poder, sabedoria, bondade de Deus, a criatura não pode nada se for cortada de sua origem, pois ‘a criatura sem o Criador se esvai’; muito menos pode atingir seu fim último sem a ajuda da graça” (CIC. n.308).
Esse fato de que somos dependentes do Criador não nos escraviza nem diminui, porém, torna-nos livres e nos engrandece como filhos de Deus, porque, ao reconhecermos que o Senhor cuida de nós também estamos reconhecendo que existe um prover divino, que nos orienta, fortalece e santifica, traz realização e felicidade em Jesus Cristo.
Dessa forma, quando não entendemos o que está acontecendo em nossa vida, e até muitas vezes chegamos ao desespero devido às situações difíceis, o que precisamos é voltar o nosso olhar para Deus e nos reorientarmos no seu projeto, que é de amor e salvação.
A providência vivida por nós
É importante a compreensão da providência vivida por cada pessoa, sendo que “cooperadores, muitas vezes inconscientes da vontade divina, os homens podem entrar deliberadamente no plano divino por suas ações, por suas orações, mas também por seus sofrimentos. Tornam-se, então, plenamente cooperadores de Deus (1Cor 3,9) e do seu Reino” (CIC. n.307). Ou seja, não há uma separação do que vivemos com o projeto do Senhor, que age em nós e por nós por meio da Sua Divina Providência, entretanto, é bom ter claro que Deus sempre quer o nosso bem e nunca é Autor do mal. Com isso, não somos robôs nem marionetes nas mãos d’Ele, mas colaboradores livres no Seu plano de amor.
“Deus é o Senhor soberano de seus desígnios, mas para a realização dos mesmos serve-se também do concurso das criaturas. Isso não é um sinal de fraqueza, mas da grandeza e da bondade do Deus Todo-poderoso, pois Ele não somente dá às Suas criaturas o existir, mas também a dignidade de agirem elas mesmas, de serem causas e princípios umas das outras e de assim cooperarem no cumprimento de seu desígnio” (CIC. n.306).
Com isso, Santo Tomás de Aquino diz, na Suma Teológica, que “é necessário admitir a providência em Deus, pois todo bem existente nas coisas foi criado por Deus”. Ao cooperarmos nos desígnios do Senhor, admitimos e asseguramos Sua ação em nossa vida, que é caminho certo de santificação e salvação.
Portanto, mesmo que não toquemos, mesmo que não vejamos, mesmo que não sintamos, a nossa certeza de fé sempre deve ser a de que Deus está agindo há nosso favor em tudo e a todo o momento com Sua Divina Providência.
Por Márcio Leandro Fernandes, via Canção Nova