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A verdade é que só se é capaz amar de verdade quando se reconhece a segura fonte de amor. Há um tempo, peguei-me pensando sobre a realidade da busca pela santidade, da luta contra o pecado. Por que é tão difícil se manter fiel? Por que sempre caímos nos mesmos erros e pecados, e, às vezes, deixamos para trás longos tempos de afinco e dedicação na construção da santidade?
O amor unicamente humano não é capaz de sustentar o desejo de pureza e retidão. O amor pela obra, pelas coisas de Deus, pelas pessoas de Deus ainda não é suficiente para sustentar o desejo de permanecermos firmes na busca pela plena vontade de Jesus. Só é capaz de nos sustentar, de nos manter firmes e perseverantes o amor cultivado pelo próprio Deus.
É normal para nós, que acabamos de chegar em uma vida de relacionamento com Deus, encantarmo-nos pela obra d’Ele, pelas pessoas d’Ele, por tudo que há, aqui nesta terra, criado por Ele. Isso é normal, e isso é bom! No Salmo 50,2, lemos: ‘Desde Sião, perfeita em beleza, Deus resplandece’, ou seja, tudo isso reflete a beleza de Deus, tudo isso nos apresenta um pouco da beleza d’Ele, revela-nos o Senhor, mas não é o próprio Deus!
A busca por fazer a vontade de Deus e busca pela santidade só começam a tomar um corpo e se tornar consistente quando é feita não para que as coisas sejam vistas, mas para que o amor a Deus seja manifestado! Mas calma! Isso lhe parece difícil? Sim, não é fácil mesmo não! Por isso, precisa ser cultivado. As virtudes começam a ser conquistadas a partir desse amor, desse desejo de ser fiel, de ser melhor para Deus e, consequentemente, para os irmãos. No fundo, no fundo, é simples! Pier Giorgio Frassati tem uma frase que eu gosto muito, em que ele diz: “Viver e não fingir que se vive”. Acho que santidade poderia se resumir nessa frase…
Muitas vezes, e isso é comum no processo de maturidade espiritual, simulamos uma santidade desencarnada e não vivida. Criamos máscaras e parecemos muito bons diante das pessoas. Fingimos que vivemos, fingimos que buscamos, e o pior, fingimos que acreditamos em nós mesmos! Há um ditado muita famoso que diz: “O pior cego é aquele que não quer enxergar”. Aí, nesta frase, eu defino o pecado! Nós pecamos, erramos o alvo, deixamo-nos levar pela correnteza do mundo, mas, pior do que isso tudo, é não reconhecermos que somos pecadores! Pior que isso tudo é não irmos atrás da realidade que pode mudar a nossa circunstância: a verdade.
A confissão é um ato de verdade. Nela, deixamos de fingir, somos quem somos e, por amor a Deus, queremos voltar, voltar a construir esse caminho de santidade! Um dia, em uma conversa com uma irmã e amiga de comunidade, ouvi que santidade é ser quem eu sou. Sempre volto nisso, em entender que “eu sou” filho, e essa é a primeira atitude que deve reger a minha vida e o meu relacionamento com Deus. Aí, então, eu vou amá-Lo não pelo que ele tem ou oferece, mas pelo que Ele é. Não terei forças para ofendê-Lo, por que o amor supera a dor, o temor e o pecado!
Só o amor é capaz de revelar quem eu sou e me levar à santidade. Termino com a mesma frase que eu comecei: a verdade é que só se é capaz de amar de verdade quando se reconhece a segura fonte de amor. Aí está o segredo, reconhecer a verdadeira fonte de amor!
Por Pedro Augusto Pinheiro – Missionário da Comunidade Canção Nova, via Canção Nova