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10/12/2020
A festa do Natal foi tão explorada por um mundo sem Deus que uma quantidade cada vez maior de nossos contemporâneos até se esqueceu de sua origem. É verdade que o presépio lhes diz mais ou menos alguma coisa, mas eles não sabem que aquele menininho deitado numa simples manjedoura veio para trazer-lhes o amor e a alegria que procuram desesperadamente. “Estou desejando o fim do Natal!”,diz Dany, de dezoito anos. “Não somos mais crianças. Acabou o Papai Noel e tudo isso, então, o que mais acontece no Natal? Comemos muito, dormimos mal e, oito dias depois, começamos tudo de novo”. Em vez de lhe dar esperanças, o Natal é para Dany – e para tantos outros – uma ocasião em que se sente mais pesadamente o vazio de uma existência sem ideal, o peso da solidão, a amargura diante da falta de dinheiro, a aversão a si mesmo e aos outros.
Não podemos nos resignar à apropriação materialista da festa de Natal. Caso contrário, Dany e seus colegas vão acabar completamente desesperados. Somos responsáveis pelos nossos irmãos, somos responsáveis pelo Evangelho que o Senhor nos confiou: devemos evangelizar. Não é opcional, é um dever. E especialmente neste tempo de Advento. Deus enviou anjos aos pastores para lhes dizer que o Salvador havia nascido. Hoje, Ele nos envia. “Envio-vos como ovelhas no meio de lobos” (Mt 10,16). Jesus nos avisou. Portanto, não nos surpreendamos quando somos mal compreendidos, ridicularizados ou desprezados. Não nos preocupemos com os obstáculos que surgem para desalentar nosso zelo evangelizador. De certa forma, é um bom sinal: o Maligno detesta particularmente a alegria e tenta por todos os meios impedir que a espalhemos. Evangelizar nunca foi fácil! Mas se o Senhor nos pedir, Ele nos dará os meios para isso. Vamos confiar Nele.
Anunciar a alegria do Natal é, primeiro, vivê-la e compartilhá-la
Como o mundo poderia acreditar na Boa-Nova do Natal se os cristãos, como outros, estão enredados em suas preocupações, obcecados com a corrida por dinheiro e bens materiais, mais preocupados com o conteúdo de seus pratos do que com o sorte do seu irmão? Neste tempo de Advento, perguntemo-nos qual é o significado da festa de Natal para nós. Onde está o essencial? O que é que este essencial muda ou deveria mudar em nossas vidas? Estas semanas que antecedem o Natal são apresentadas à nós como uma oportunidade de conversão. Se não entrarmos mais no mistério do Natal, não poderemos evangelizar.
Cabe a cada família encontrar o seu caminho: convidar uma ou mais pessoas isoladas, organizar um lanche paroquial com chocolate quente e doces após a Missa do Galo, servir a ceia a idosos, telefonar para os nossos pais, avós ou amigos que estão longe (um telefonema pode ser um presente lindo de Natal), fazer cartões de Natal ou presentes pequenos com as crianças (bolos, brigadeiros de chocolate, estrelas de prata, etc.) que eles vão oferecer aos vizinhos ou para algum idoso ou alguma idosa que mora sozinho.
As primeiras pessoas a quem devemos anunciar a alegria do Natal são os nossos filhos
Anunciar a alegria do Natal é também lembrar, em todos os momentos, que Deus se fez homem para nos salvar do mal e da morte, que o Papai Noel nada mais é do que um personagem lendário, enquanto Jesus realmente existiu, que está vivo hoje, que a história do Natal não é uma bela lenda do passado, mas uma Boa-Nova sempre atual. É um comerciante que expõe em sua vitrine o presépio feito pelas crianças da catequese; é um pai de família que se propõe a montar um presépio vivo para a árvore de Natal de sua empresa; é Claire que, com seis anos de idade, responde a um comerciante que lhe pergunta o que o Papai Noel vai trazer para ela: “Ele não existe. Quem existe é Jesus”; é Marc quem, no meio de um grupo de alunos que fala com decepção sobre o Natal, ousa expressar a alegria que o Natal lhe traz junto com a família.
Se Marc encontrou as palavras adequadas para anunciar a alegria do Natal, se manteve o fascínio da sua infância nesta festa, é porque a sua família viveu Natais autênticos, centrados no essencial, onde a alegria não vinha nem mesmo dos suntuosos presentes, muitas vezes modestos, nem pela fartura da ceia, nem pela expectativa do Papai Noel ou dos Reis Magos. As primeiras pessoas a quem devemos anunciar a alegria do Natal são os nossos filhos: preparemos para eles e com eles uma bela festa de Natal para que descubram, através das pequenas alegrias humanas, a alegria de Deus.
Por Christine Ponsard, via Aleteia