Abertas as inscrições para 6º Encontro Nacional da Pascom, marcado para julho
12/02/2018Formação de Presbíteros é tema central da 56ª Assembleia Geral
12/02/2018Vivemos dias de carnaval. Um feriado prolongado que permite as pessoas organizarem atividades fora da rotina. O que ganha destaque são as festas relacionadas com o carnaval: desfile de escolas de samba, os foliões se divertindo ao som dos trios elétricos, festas em clubes, entre outras modalidades. Outras pessoas se recolhem em retiros espirituais, visitam familiares, fazem turismo ou simplesmente ficam em casa. O carnaval mexe com os brasileiros, mesmo que o envolvimento individual seja diferente para cada um.
Creio que seja a maior festa popular do mundo e o carnaval brasileiro seja um dos mais famosos. Festa é reunião alegre para fim de divertimento, alegria, desconcentração, algo prazeroso que cria bem-estar. Porém, o carnaval vem acompanhado de excessos gerando graves preocupações com o trânsito, com a saúde, com o cuidado do corpo e com comportamentos morais questionáveis.
Os grandes desfiles das escolas de samba revelam uma criatividade ímpar. Desenvolver um tema através de uma letra, de uma melodia, de vestes, movimentos, cores, etc, exige intuição, inspiração, disciplina e harmonia. Toda esta criatividade revela a potencialidade do povo brasileiro. Revela que temos condições para encontrar saídas criativas para tantos outros problemas sérios que nos afligem cotidianamente.
O carnaval coloca milhões de brasileiros para viajar. É muito bom viajar e ampliar os horizontes. O simples fato de conhecer uma nova cidade, uma nova praia, novas pessoas enriquece o viajante. Temos informações suficientes sobre as nossas estradas, muitas delas limitadas que não suportam um fluxo extra, outras com pouca manutenção e sinalização. Mais grave do que as condições de trafegabilidade das estradas é o comportamento de alguns motoristas que desafiam as leis da física e o código de trânsito. Muito menos têm respeito e amor ao próximo que também está na estrada viajando. Os números de mortes nas estradas são um alerta contundente da necessidade de construir um comportamento de paz e fraternidade no trânsito.
Diversão é alegria e euforia, mas que continue na vida após a festa. Abusos de alimentos, bebidas, entorpecentes, comportamentos sexuais, podem causar euforia momentânea e depois resultar em doenças e sofrimento para a própria pessoa, a família e a sociedade. O apóstolo São Paulo sabiamente escreve aos cristãos de Corinto (1 Cor 6,19-20). “Acaso ignorais que vosso corpo é templo do Espírito Santo que mora em vós e que recebestes de Deus? Ignorais que não pertenceis a vós mesmos? De fato, fostes comprados por um preço muito alto! Então, glorificai a Deus no vosso corpo”.
A Igreja quer as pessoas e o povo feliz; por isso também promove festas nas comunidades. As festas de carnaval desejam alegrar o povo. Festejar não significa ignorar os problemas que a pessoa e o país têm, mas renovar as forças para alegremente enfrentá-los e criativamente encontrar soluções. Uma pessoa feliz, um povo feliz superam mais facilmente seus problemas.
Por Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de Passo Fundo