Nossa Senhora Mãe da Alegria e da Esperança
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10/05/2019
Caros diocesanos. Queridas mães. Com alegria especial celebramos novamente o dia das mães em nossas famílias e comunidades. Mais uma vez desejamos saudar com carinho especial aquela que nos gerou para a vida e recordar fatos, gestos, testemunhos de amor em que emerge o verdadeiro sentido de ser mãe. A celebração desse dia evoca em nós, normalmente, sentimentos filiais da maior grandeza, sobretudo, de reconhecimento e gratidão. Cada um de nós haverá de encontrar o melhor modo de homenageá-la, mesmo que seja na simplicidade de um abraço, de uma flor, de uma prece para quem já partiu para a vida eterna.
Hoje desejamos apresentar um precioso texto, escrito Dom Ângelo Domingos Salvador – Bispo Emérito de Uruguaiana e Ordenante principal do bispo que vos escreve – para homenagear as mães, especialmente a dele, com o título MÃE IDEAL: “Ao homenagear minha mãe, já falecida, tenho presentes todas as mães da família Salvador, vivas ou falecidas. O que digo de minha mãe, quero dizê-lo a todas e de todas as mães.
Minha mãe era quase analfabeta. Mas ela me ensinou tudo o que sabia. Fui alfabetizado por ela, nos momentos de descanso, na roça, após o almoço, e à noite, em casa. De seu ventre recebi a vida; nos seus braços, aprendi a amar; de joelho ensinou-me a rezar; por sua fé, encaminhou-me para a vocação sacerdotal. Para mim, ela foi mãe natural, mãe cristã e mãe sacerdotal: ela gerou-me para a vida, para a fé e para o sacerdócio. Que mais poderia desejar dela? Ela foi para mim uma mãe ideal.
Mãe natural. Poder gerar a vida! Haverá poder maior? Gerar a vida por amor! Haverá dom maior? Por isso, gerar vidas é maior e melhor que tudo o mais. Sim, tudo tem valor: Diplomação acadêmica tem valor; profissão tem valor; fazer carreira política tem valor. Mas nada, absolutamente nada nesta terra, tem mais valor que o poder de gerar vidas humanas, por amor. Tudo realiza; tudo plenifica; tudo satisfaz. Mas nada realiza melhor; nada plenifica mais; nada causa maior satisfação que gerar vidas humanas, por amor. Pois bem, minha mãe gerou minha vida, por amor!
Mãe cristã. Vida de filhos de gente é mais. Vida de filhos de Deus é muito mais. Gerar vidas, por amor, é gerar fé na vida. Deus é amor: quem gera por amor, gerando amor na vida, gera a vida de Deus. Todas as noites, depois de saciar com amor os nossos corpos famintos, rezávamos juntos, pais e filhos. Para a simplicidade de colonos italianos, orar era rezar o terço. Tal era a fé de minha mãe que, no leito de morte, realizava um ou outro de dois gestos: fazia que costurava roupas com sua velha agulha ou fazia que rezava o terço, percorrendo as contas, movendo os lábios. Foi assim, com amor, que ela gerou a fé cristã em meu coração.
Mãe sacerdotal. Minha mãe foi minha catequista. A cozinha era a sala de aula. Com ela aprendi a gostar do pão de trigo que ela cozinhava e do Pão Eucarístico para que ela me preparava. Todos os domingos invariavelmente, fazíamos uma peregrinação, a cavalo, até a Igreja matriz para a Missa Dominical, onde encontrávamos o sacerdote. Finalmente, com meu pai fui à Ordenação de um Presbítero. De repente, nasceu em mim a convicção: Eu também posso vir a ser Padre! Assim, passei da cozinha de minha mãe para o altar de Deus. Mãe ideal, minha mãe!”. Feliz de quem pode referir-se desta forma à sua mãe. Cada um de nós encontre sua maneira filial de valorizar e agradecer à MÃE.
Por Dom Aloísio Alberto Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul, via CNBB