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21/08/2018
É normal sermos surpreendidos por situações que nos tiram o foco, que nos pegam de surpresa e logo ganham espaço em nós. É uma visita de Deus? Posso afirmar que sim. Quem disse que Ele vem ao nosso encontro somente nos momentos felizes? A tribulação, a dor, o desespero podem se transformar num trampolim que nos impulsiona a ir ao encontro do Senhor. É Deus a nos visitar.
É saber que a tempestade se aproxima, que se formam os ventos e que o Senhor está na proa do barco, embalado pelo sono, mas pronto a atender nossas necessidades. Mesmo sabendo que Ele está lá, nossa humanidade tende a perder as esperanças, pois, em meio a tantas situações, nossa fé pode ser abalada e podemos entrar num processo de descrença ou até mesmo de dúvida: “Onde está Deus?”.
Viver na dependência de Deus
É necessário que em nós haja uma disposição interior para nos desvencilharmos dos sentimentos negativos que nos atacam nessas horas. São muitas as sensações que vêm; daí a importância de nos conhecermos para dar uma resposta diferente à situação. É dar um passo na fé, como diz monsenhor Jonas Abib; é andar numa corda bamba, sem segurança nem apoio, e, mesmo assim, ter a certeza de que Deus está no controle. Ele está na proa. Pode estar dormindo, mas está lá.
Hoje, tenho feito essa experiência de crer que Jesus está no barco. Isso não quer dizer que o medo, as incertezas ou os questionamentos não me venham ao coração; ao contrário, preciso, dia após dia, convencer-me disso, de que o Senhor está comigo. É viver na dependência de Deus.
Hoje, renunciar às minhas vontades e aos meus desejos diante de uma “visita de Deus” à minha casa não é uma atitude fácil, exige de mim disposição interior e decisão que perpassa o amor, pois só ele é capaz de dar sentido à missão. Ver os meus pais passarem por um tempo de tribulação no matrimônio e não poder fazer nada é viver uma entrega total nas mãos de Deus, pois Ele tem o melhor. Não é fácil ver a nossa casa “perecendo”, ver a nossa família entrar em toda uma desestrutura, ver que um alicerce de anos está desmoronando. Onde está Deus nessa situação?
Ser fiel até o fim
Tenho vivido a frase do monsenhor: “O melhor que você pode fazer pela sua família é ser fiel à sua vocação”, esta é a palavra: FI-DE-LI-DA-DE! Interessante ver que Jesus, ao viver a Paixão, só foi capaz de concluir a Sua jornada, chegando ao Calvário para logo mais ser crucificado, por causa da Sua fidelidade ao projeto salvífico do Pai. Ele sofreu? Sim! E muito! Mas não desistiu e foi até o fim!
Hoje, o convite que Nosso Senhor faz ao nosso coração é o de vivermos essa total dependência d’Ele, abandonarmo-nos em Seus braços como um filho que se deleita no colo do pai e fica, ali, quietinho, porque sabe que aquele colo é seguro. Fazer a experiência de escolher a melhor parte, como Maria que ficou aos pés do Senhor e O ouvia falar; ou, quem sabe, fazer a experiência de João, o discípulo amado, que reclinou a cabeça no peito de Jesus, sentia-O tão próximo que até podia ouvir o pulsar do Seu coração.
Viver assim torna a tempestade mais leve, deixamos de dar todo aquele peso que o fardo não tem e conseguimos ver o quanto nossa vida é simples. Sofrimento é ver que temos problemas, muitas vezes um monte, porém, abraçá-los como Jesus que abraçou a cruz, chegar ao cume e experimentar o gozo da ressurreição, porque em Cristo somos mais que vencedores!
Por Micaelly Medeiros, via Canção Nova