Espaço Valdocco 9 – Um saltimbanco de Deus
11/11/2014Espaço Valdocco 11 – A fúria de Antônio.
15/11/2014O pequeno João Bosco, aos 11 anos, é o garoto mais popular da sua região. Todos conhecem o menino que sabe andar sobre a corda bamba, fazer mágicas e ainda repetir todo o sermão que o padre fez na missa da manhã. Desta forma, conseguia atrair um grande número de pessoas para conseguir realizar o seu principal objetivo: falar de Deus e rezar com elas!
Mesmo tão cedo, João Bosco já percebia que os jogos e os malabarismos eram grandes instrumentos para uma missão muito maior. Era preciso cultivar uma espiritualidade consistente para que não se deixasse levar pelo orgulho, que poderia fazê-lo mudar o foco do seu esforço para promover apenas a si mesmo.
Paralelamente ao seu apostolado com os seus colegas, Joãozinho crescia também em sua vida espiritual. E em 1826, ele deu um passo muito importante neste caminho, ao receber a sua Primeira Comunhão.
Foi na igreja matriz de Castelnuovo, sua paróquia, no dia 26 de março. Era o dia da Páscoa. Tratava-se de uma exceção, uma vez que na maioria dos casos ninguém era admitido à Comunhão antes dos 12 anos de idade.
A casa dos Bosco ficava longe da igreja (cerca de 5 km). Para evitar que ele crescesse sem receber a primeira eucaristia, a própria Mamãe Margarida se empenha para lhe ensinar o que sabia da melhor forma possível. Durante a Quaresma foi ao catecismo todos os dias. Depois foi examinado e aprovado para receber a primeira comunhão.
Dom Bosco fez questão de deixar, nas “Memórias do Oratório de São Francisco de Sales”, um relato detalhado deste dia, destacando a presença educativa de Mamãe Margarida neste momento que marcou a sua vida.
Ela levou Joãozinho para se confessar, durante a Quaresma, em três oportunidades. Dizia Margarida: “Meu João, Deus está preparando um grande presente para ti, mas procura preparar-te bem, confessar, não calar nada na confissão. Confessa tudo, arrepende-te de tudo, e promete a Deus ser melhor para o futuro”.
Em casa, Mamãe Margarida estimulava Joãozinho a ler um bom livro e não deixava de dar bons conselhos.
No dia específico da Primeira Comunhão, Margarida não deixou que seu filho falasse com ninguém. Acompanhou-o na missa e fez com ele a preparação e a ação de graças. Também depois da celebração não quis que João se ocupasse de nada. E disse, solenemente:
“Meu filho, este foi um grande dia para ti. Estou certa de que Deus tomou realmente posse do teu coração. Promete-lhe agora que farás o que puderes para te conservares bom até o fim da vida. Para o futuro, comunga frequentemente, mas jamais cometa sacrilégio. Diz sempre tudo na confissão. Sê sempre obediente, vai de boa vontade à doutrina e aos sermões, mas, por amor de Deus, foge como da peste dos que têm más conversas”.
Dom Bosco diz em suas Memórias que, de fato, ele experimentou uma melhora em sua vida, especialmente na obediência o que, segundo ele, antes lhe custava muito, porque sempre queria fazer objeções infantis a quem lhe dava alguma ordem ou conselho.
Certamente foi neste tempo que Dom Bosco começou a fundamentar a grande importância que, mais tarde, como pastor e educador dos jovens daria aos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, colocando-os no centro de uma relação sadia e madura de amizade com Jesus.
TEXTO: Pe. Glauco Félix Teixeira Landim, SDB
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ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio