Espaço Valdocco 24 – Chieri, uma cidade repleta de história, piedade e estudos.
03/02/2015Espaço Valdocco 26 – Uma memória extraordinária.
03/02/2015João Bosco finalmente chega à cidade de Chieri para continuar os seus estudos. Depois de várias idas e vindas, quer tentar trilhar um caminho mais sério com os seus estudos, sem interrupções ou atropelos.
Para alguém que sempre morou no campo e apenas havia conhecido um pequeno povoado próximo de sua casa, Chieri – com seus 9000 habitantes – causou grande impressão para João.
Conseguiu pensão na casa de uma viúva chamada Lúcia Matta, conterrânea da família Bosco. Esta tinha um filho (único, por sinal) que também estava estudando por ali. Mudou-se para a cidade justamente para acompanhar e assistir o menino.
Mamãe Margarida apareceu alguns dias depois da chegada de João. Quis ela mesma apresentar seu filho à Sra. Matta e lhe trazer um carrinho com dois sacos de trigo. Era tudo o que ela podia dar.
Nas “Memórias do Oratório de São Francisco de Sales”, Dom Bosco recorda que a primeira pessoa que conheceu em Chieri foi o Pe. Plácido Valimberti. Conta que este sacerdote lhe deu bons conselhos para que ficasse longe dos perigos; o convidava para ajudar na missa e o levou pessoalmente ao prefeito das escolas (responsável pela observância da ordem nas instituições educativas da cidade), além de apresentá-lo aos professores.
Com os estudos que já havia feito, Joãozinho conseguiu ser matriculado no sexto ano. É difícil comparar a classificação das escolas do norte da Itália daquela época com a classificação que usamos hoje. Mas para que tenhamos uma ideia aproximada do que João precisou passar, ele, com 16 anos, precisou estudar no início do curso com meninos de 9 a 10 anos. Isso com certeza causava desconforto para João e algumas brincadeiras por parte dos seus colegas.
Seu primeiro professor foi o Pe. Valeriano Pugnetti. Muito caridoso, atendia Joãozinho na escola, convidava-o para ir à sua casa e compadecido com a sua idade e bondade, fazia tudo o que podia para ajudar.
Como tirava sempre o primeiro lugar em sua classe, abriram uma exceção para João: ele poderia prestar um exame para tentar passar para a quinta classe (a contagem das classes era decrescente), algo que normalmente só poderia ser feito no final do ano.
Na outra classe encontrou seu amigo Pe. Valimberti. Passados outros dois meses, por ser sempre o primeiro da turma, de novo lhe foi concedido o exame de aprovação de classe. Tendo passado, foi promovido para a quarta classe.
Ali, encontrou um professor um pouco mais severo: o Pe. José Cima. Quando viu João Bosco, alto e encorpado como ele, entrando em sua sala de aula, disse brincando na frente de todos os outros alunos:
– Aí está uma enorme toupeira ou um grande talento. O que acha?
Meio atordoado com esta “recepção”, João Bosco respondeu:
– Um pouco dos dois. Sou um pobre rapaz que tem boa vontade para cumprir o seu dever e progredir nos estudos.
Estas palavras agradaram o exigente professor, que respondeu:
– Se você tem boa vontade, caiu em boas mãos; não lhe deixarei sem trabalho. Anime-se, e se encontrar alguma dificuldade, diga que eu o ajudarei.
TEXTO: Pe. Glauco Félix Teixeira Landim, SDB
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ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio