Espaço Valdocco 30 – João Bosco, filho de Maria Santíssima e testemunho de santidade para os seus colegas.
26/03/2015Sexta-feira – 5ª Semana da Quaresma
26/03/2015Em novembro de 1832, terminam as férias de João na casa de sua família. É hora de voltar para Chieri para o reinício das aulas, agora no curso de Gramática Latina, que correspondia ao terceiro ano do ginásio.
João voltou para a casa da Sra. Lúcia Matta, que novamente o encarregou de ajudar seu filho nos estudos em troca do pagamento da pensão e da alimentação.
Para ser admitido no novo ano de estudos, João precisou apresentar o atestado que, durante as férias, havia frequentado com regularidade a sua paróquia, confessando-se ao menos uma vez a cada mês.
João teve como professor de gramática o dominicano Pe. Domingo Giusiana. Os dois nutriam em si um grande afeto e uma grande amizade. Um dos colegas de turma de João nesta época, o Dr. Carlos Allora, recordava nos dias do funeral de Dom Bosco, a sua humildade em não ostentar as suas muitas qualidades de estudo e de liderança. Naturalmente, tornava-se um “vigilante” agradável para todos. Não havia quem não acatasse aquilo que João sugeria.
Estas virtudes de João o tornaram conhecido na cidade de Chieri. Ele passou a ser procurado por várias famílias, para ser ajudar outros garotos com os estudos. Ele assim começou a dar aulas particulares nas casas. Seu maior objetivo era fazer o bem para estes jovens. Mas não recusava as pequenas contribuições que lhe ofereciam, até porque precisava muito delas. Foi a maneira que a Divina Providência encontrou para prover João do dinheiro necessário para comprar roupas, materiais escolares e outras coisas importantes, sem precisar importunar a sua família com mais preocupações.
Era conselheiro dos seus companheiros, pacificador e até mestre de vida espiritual. Bastava ver sua ação na Sociedade da Alegria, que continuava caminhando com grande proveito para todos os seus associados.
João, entretanto, estava para completar seus 18 anos. Ainda não havia recebido o sacramento da confirmação. Naquele tempo, não era muito comum administrar a crisma nas pequenas vilas rurais. Naquele ano, porém, um jovem sacerdote muito zeloso, Pe. José Vaccarino, esforçou-se para proporcionar esta alegria também aos camponeses. Ao saber disso, João se colocou a caminho e, no dia 4 de agosto de 1833, em Buttigliera d’Asti, recebeu o sacramento da crisma pelas mãos de Dom João Antonio Gianotti, bispo de Sassari.
Com o final do ano escolar de 1832-1833, o filho da Sra. Lúcia Matta concluiu os seus estudos. Sendo assim, terminou também para João o tempo de pensão nesta casa, uma vez que a Sra. Lúcia voltaria para a sua casa em Castelnuovo. Quando adulto, João Batista Matta foi comerciante em sua cidade e chegou a matricular seu filho, em 1869, como aluno do oratório de Turim. Dom Bosco nunca esqueceu deste anos de alegria na casa da família Matta e sempre acolheu com muita cordialidade o seu amigo na casa do Oratório.
Nas férias de 1833, João vai para a casa de sua família e encontra seu irmão José já casado. Sua esposa tornou-se uma excelente companheira para Mamãe Margarida. Bosco passava a maior parte do seu tempo nos Becchi, onde reunia os meninos da vila nos dias festivos para ensiná-los o catecismo, a ler e a escrever, sem exigir nada além da frequência ao sacramentos, pelo menos uma vez por mês. Durante a semana, porém, dedicava bastante tempo para o estudo dos autores clássicos, além de auxiliar nos trabalhos da casa, especialmente na confecção de móveis – como mesas e banquetas, por exemplo, para suprir as necessidades da família. Também aproveitava do ofício de sapateiro, que havia aprendido em Chieri, para prestar pequenos e generosos serviços para a sua família.
Um solene acontecimento marcou estas férias: a ordenação sacerdotal do amigo José Cafasso, no dia 21 de setembro de 1833. No dia seguinte, celebrou sua primeira missa na igreja de Castelnuovo d’Asti, com muita alegria e festa do povo.
Uma vez ordenado, o Pe. Cafasso se une ao Pe. Luís Guala no Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis. É o mesmo local onde Dom Bosco irá estudar anos depois, como jovem sacerdote. Ali o Pe. Cafasso, como professor de moral, infundiu no clero um grande respeito, amor e obediência à pessoa do Papa. Tornou-se um diretor espiritual de grande renome e deixou a sua enorme contribuição para a Igreja.
TEXTO: Pe. Glauco Félix Teixeira Landim, SDB
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ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio