Espaço Valdocco 3 – Uma mãe corajosa, amorosa e cheia de fé!
12/09/2014Espaço Valdocco 5 – O início dos estudos de João Bosco e o começo dos conflitos familiares.
30/09/2014João Bosco possuía dois irmãos: Antônio, o mais velho, filho do primeiro casamento de seu pai, e José Luís, dois anos mais velho. Os três tinham temperamentos muito diferentes e exigiram que Mamãe Margarida tivesse muita sabedoria, firmeza e ternura para educá-los e manter a sintonia em casa.Mesmo pequeno, Joãozinho Bosco já se juntava aos seus irmãos para ajudar no serviço da casa, como por exemplo: buscar lenha, acender o fogo, buscar água na fonte, preparar legumes, varrer os quartos, limpar o estábulo, levar as vacas para pastar, cuidar do pão no forno…
Entretanto, não deixava de ser criança! Assim que termina seus trabalhos, Joãozinho (ou Giuanín, como Mamãe Margarida o chamava) corria para brincar. Era muito querido pelos seus amigos dos Becchi. Alguns desses amigos não tinham a chance de receber uma educação cristã tão boa como a de João e por isso, às vezes, eram rudes e desbocados.
Certa vez, Joãozinho chegou em casa com o rosto sangrando. Havia se machucado em uma brincadeira. Enquanto fazia um curativo, Mamãe Margarida perguntou por que ele precisava andar com esse tipo de amigos. Joãozinho respondeu: “Se for para lhe agradar, não irei mais. Mas quando estou com eles, agem melhor. Não dizem certas palavras…”. Margarida não o impediu de brincar com estes meninos.
A mãe de Dom Bosco era mesmo muito carinhosa. Mas enérgica, quando preciso. Quando dizia “não”, era pra valer! Mantinha uma vara no canto da cozinha que nunca utilizou.
Um dia, na pressa de sair para brincar, Joãozinho deixou a porta da coelheira aberta. Todos os coelhos fugiram. Foi uma canseira pegar todos eles. Quando, enfim, terminaram, entraram na cozinha. Margarida mostrou o canto para o João: “Traga-me a vara”. Ele se retraiu um pouco, mas levou a vara. “Você vai usá-la em minhas costas?”, perguntou. “E por que não, se me faz dessas artes?”, respondeu Margarida. “Desculpe, mamãe. Não farei mais”. Diante da resposta de João, a mãe não segurou o riso. João também sorriu. E aprendeu a lição.
Aos 8 anos, Joãozinho era um garoto saudável de sorriso fácil. Baixinho, olhos negros, cabelos encaracolados e espessos. Gostava de aventuras. Não estava “nem aí” com os arranhões nos joelhos. Já conseguia subir em qualquer árvore para procurar ninhos de passarinhos.
José Luís, com 10 anos, crescia manso e tranquilo. Não tinha a mesma vivacidade e turbulência de seu irmão mais novo. Era paciente, dedicado, habilidoso e adorava sua mãe e seu irmãozinho. Mas tinha medo de Antônio, o meio-irmão mais velho.
Antônio tinha 7 anos a mais que João. Possuía uma história sofrida de vida. Ainda muito novo, já havia perdido seu pai e sua mãe. E agora morava com uma madrasta e com dois irmãos que não eram filhos de sua mãe. Por isso, talvez, mostrava-se um adolescente fechado, com manifestações frequentes de violência e grosseria.
Às vezes, batia nos irmãos pequenos. Mamãe Margarida sempre corria para salvá-los. Por ela, aliás, Antônio cultivava um sentimento de amor e ódio que se alternavam de acordo com o momento. Quando era repreendido por Margarida e ficava muito bravo, Antônio replicava com voz rancorosa: “Madrasta!”.
Margarida, por sua vez, nunca bateu em Antônio. Entendia que a orfandade prematura poderia ter resultado num trauma muito duro, que ela poderia ajudá-lo a superar. E dizia a ele com firmeza: “Antônio, eu sou sua mãe, não sou sua madrasta. Acalme-se e reflita. Verá que fez mal em proceder assim”.
Quando passava a raiva, Antônio arrependia-se e pedia desculpas. Mas facilmente se irritava de novo com João e com José, e não conseguia conter suas explosões.
Mamãe Margarida se esforçava para manter sua serenidade e firmeza para demonstrar o seu amor de mãe por todos os seus filhos, incluindo Antônio. Tinha um coração enorme que sustentava a sua família.
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ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio