Espaço Valdocco 44 – Ordenação sacerdotal de João Bosco
27/07/2015Dia da Comunidade – Julho – Terça-feira – 17ª Semana Comum
27/07/2015Na história anterior vimos que João Bosco foi ordenado em 1841. Nas primeiras atividades como padre, ele pregava todos os domingos, visitava os doentes, administrava-lhes os santos sacramentos, com exceção da Penitência, porque não havia ainda prestado o exame de confissão. Acompanhava os enterros, mantinha em dia os livros paroquiais, dava atestados de pobreza ou de outro gênero.
Como tinha muita facilidade em expor a Palavra de Deus, Bosco era muitas vezes procurado para pregar nos povoados vizinhos. Em um destes convites foi pregar no povoado de Labriano. Para ir até lá precisou servir-se de um cavalo. Percorrida metade do caminho um bando de pardais levantou-se de um milharal e o ruído das asas espantou o cavalo que começou a correr descontroladamente. Perdendo o controle sobre o animal, João Bosco caiu em um monte de pedras britadas, ficando desacordado.
Um homem, que da colina próxima assistiu ao lamentável acidente, correu com um empregado em sua ajuda, levando-o sem sentidos para sua casa. Após receber caridosos cuidados, depois de uma hora, João Bosco acordou. Disse-lhe o homem: – Não se preocupe por estar em casa alheia. Aqui nada lhe faltará. Já mandei chamar o médico; outro homem foi procurar o seu cavalo. Sou um camponês, mas provido de todo o necessário. Meu nome é João Brina, seu humilde servo. Também eu girei pelo mundo e tive necessidade dos outros. Oh! quantas aventuras quando ia a feiras e mercados!
João Bosco disse-lhe: Enquanto aguardamos o médico, conte-me alguma coisa.
Disse-lhe o senhor João Brina: Anos atrás havia saído com minha burrinha a fim de comprar provisões para o inverno. Na volta, o pobre animal, sobrecarregado, caiu num lamaçal e ficou imóvel no meio da estrada. Inútil todo esforço para levantá-lo. Era meia-noite, tempo escuro e chuvoso. Já não sabendo o que fazer, pus-me a gritar por socorro. Minutos depois, alguém de uma casa vizinha me ouviu. Veio um clérigo, um seu irmão, mais dois outros homens, portando tochas acesas.
Ajudaram-me a descarregar a jumenta, tiraram-na da lama, e levaram-me a mim e todas as minhas coisas para a casa deles. Eu estava meio morto; tudo estava encharcado de lama. Limparam-me, recuperaram-me as forças e, depois. me deram uma cama bem macia. Pela manhã antes de partir quis recompensá-los. O clérigo, porém, recusou tudo, dizendo: E não pode acontecer que amanhã tenhamos necessidade do senhor?
Ao ouvir a história, João Bosco ficou muito comovido e disse: Eu gostei tanto do que o senhor contou que fiquei comovido. E sabe porque? Porque aquele clérigo, meu bom amigo, era eu que agora sou recompensado com juros o que eu fiz pelo senhor. A divina Providência quis mostrar-nos com este fato que quem dá, recebe.
O médico, ao chegar, constatou que não havia fraturas, e assim em poucos dias João Bosco pode retomar o caminho de volta à sua paróquia. João Brina acompanhou-o até sua casa e, enquanto viveu, conservaram-se em estreita amizade.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio