Ordenações Presbiterais
31/07/2015Espaço Valdocco 47 – Jovens sem futuros numa sociedade de miséria
31/07/2015Acabadas as primeiras férias após João Bosco ordenar-se padre, ofereceram-lhe três empregos: professor em casa de um senhor genovês, com o salário de 1 mil francos anuais; capelão de Murialdo, onde, pelo grande desejo de o verem com eles, os bons camponeses dobravam o salário; e vice-pároco na sua terra. Antes de tomar uma resolução definitiva João foi a Turim para aconselhar-se com o padre José Cafasso, que se tornara desde alguns anos seu guia nas coisas espirituais e temporais. O santo sacerdote ouviu tudo, as ofertas de remuneração, a insistência de parentes e amigos, o grande desejo de João Bosco trabalhar. Sem hesitar um instante dirigiu-lhe estas palavras: Você tem necessidade de estudar moral e pregação. Recuse por ora qualquer proposta e venha ao Colégio Eclesiástico.
João Bosco seguiu prazerosamente este conselho e, em 3 de novembro de 1841, entrou para o referido Colégio.
O Colégio Eclesiástico vinha a ser um complemento dos estudos teológicos. Nele aprendia-se a ser padre, com a prática da meditação, leitura, duas conferências por dia, aulas de pregação, vida recolhida, toda comodidade para estudar e leitura de bons autores.
Duas celebridades estavam naquele tempo à frente de tão útil colégio: o teólogo Luís Guala e o padre José Cafasso. O teólogo Guala era o fundador da obra. Homem desinteressado, rico de ciência, prudência e coragem, fizera-se tudo para todos no tempo do governo de Napoleão I. Para que os jovens pudessem, ao terminar os estudos, aprender a vida prática do sagrado ministério, fundou o Colégio Eclesiástico, que tanto bem fez à Igreja. Braço direito de Guala era o padre José Cafasso, com sua virtude a toda a prova, sua calma prodigiosa, sua perspicácia e prudência.
Eram eles os modelos que a divina Providência oferecia a João Bosco, e dependia só dele seguir suas pegadas, doutrinas e virtudes.
Ao padre Cafasso João Bosco confere mais um reconhecimento: além de ter sido seu guia por seis anos, foi também seu diretor espiritual e seu confessor em cujas mãos colocou suas decisões, estudos e atividades. E foi por intermédio do Pe. Cafasso que João Bosco passou a ter contato com a miséria que cercava os jovens, especialmente daqueles que se encontravam nas prisões, fato este que se tornou marcante para o início da grande obra que seria fundada por João Bosco.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio