Espaço Valdocco 46 – Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis
31/07/2015Espaço Valdocco 48 – Uma experiência marcante: Os jovens prisioneiros
31/07/2015Vimos, no encontro anterior, que Dom Bosco entra para o Colégio Eclesiástico, a pedido do Pe. Cafasso, para complementar seus estudos teológicos. Em 1841 Pe. Cafasso passa a ser o diretor espiritual de Dom Bosco. Isto quer dizer que Dom Bosco confessa com ele, pede-lhe conselhos antes de qualquer decisão importante e manifesta-lhe os próprios projetos de vida.
Até este momento Dom Bosco conhecia somente a pobreza dos campos, não sabendo o que seria a miséria das periferias da cidade, especialmente agravada pelas consequências da revolução industrial que perturbou todo o mundo. A revolução industrial trouxe, por exemplo, uma enorme avalanche de gente do campo para a cidade, em busca de trabalho, provocando um pavoroso custo humano. Nas cidades industriais formou-se uma classe nova, onde uma exígua minoria de riquíssimas pessoas impôs verdadeira escravidão a uma multidão infinita de proletários. Dentro desta realidade, Pe. Cafasso assim orientou Dom Bosco: “Andai pela cidade e observai ao redor”.
Desde os primeiros domingos Dom Bosco andou pela cidade a fim de ter uma ideia sobre as condições desumanas em que vivia grande parte da população de Turim. Encontrou grande número de jovens de todas as idades andando vagando pelas ruas e pelas praças, jogando, brigando, blasfemando e roubando. Descobriu também um verdadeiro mercado de braços jovens, isto é, jovens ambulantes, vendedores, engraxates, limpa-chaminés, servidores dos comerciantes no mercado; todos pobres rapazes que viviam o seu dia como era possível, trabalhando para ter o que comer no mesmo dia. Via-os ainda subindo em andaimes como pedreiros, explorados pelos seus empregadores, trabalhando o dia todo, sem descanso e com um mísero salário.
Rápido, Dom Bosco tira as suas conclusões. Aqueles rapazes precisam de escola e de trabalho digno, que abram para eles um porvir mais risonho, mais seguro; têm a necessidade de viver a própria juventude, isto é, que se lhes desatem a vontade de correr e de pular; têm precisão de se encontrar com Deus, a fim de descobrirem e realizarem a própria dignidade.
Acompanhando todos estes momentos de Dom Bosco, Pe. Cafasso decide-se a provocá-lo até ao extremo. É o que veremos no nosso próximo encontro.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio